O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 2, que o Brasil vive um momento favorável para reduzir a dependência externa de fertilizantes.
A declaração foi feita em vídeo exibido durante a abertura do 12º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), em São Paulo (SP).
Segundo o vice-presidente, o governo federal tem atuado para fortalecer a produção nacional. “Por meio do Conselho Nacional de Fertilizantes, o governo do presidente Lula está trabalhando na implementação de um conjunto de projetos estratégicos, públicos e privados, para impulsionar o setor”, afirmou.
Alckmin destacou ainda o papel do programa Biofert, que oferece crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos do Fundo Clima. “Com o programa Biofert, o BNDES criou uma linha de crédito para apoiar a instalação e conversão de unidades produtivas para a produção de fertilizantes orgânicos e organominerais”, explicou.
Entre os projetos em andamento, o vice-presidente citou o Complexo de Serra do Salitre, que deve responder por 15% da oferta nacional de fosfatados, além da retomada das unidades da Petrobras na Bahia e em Sergipe e da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), em Araucária (PR).
“Essas unidades poderão suprir cerca de 20% da demanda nacional de nitrogenados, reduzindo nossa dependência de importações”, afirmou.
Ele também destacou a importância do projeto em Autazes (AM), voltado para a produção de potássio. “O projeto poderá produzir cerca de 20% da nossa demanda por cloreto de potássio”, disse.
Consumo em alta
A demanda por fertilizantes no Brasil aumentará para 58,5 milhões de toneladas ao ano em 2030 e para 73,1 milhões de toneladas em 2036, disse o representante do Ministério da Agricultura (Mapa), José Carlos Polidoro.
No ano passado, as entregas de fertilizantes no Brasil somaram 45,6 milhões de toneladas, segundo dados da Anda.
Polidoro afirmou que a demanda brasileira por fertilizantes deverá aumentar à medida que o país recupera pastagens degradadas e as transforma em lavouras.
Existem 82 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil, disse ele, acrescentando que metade delas poderia ser transformada em terras para agricultura.
O representante do Mapa também observou que 60% dos agricultores familiares brasileiros nunca usaram fertilizantes, o que representa uma oportunidade de crescimento para o mercado.
O Brasil, uma potência agrícola, foi classificado como “o segundo ou terceiro maior consumidor de fertilizantes do mundo”, apontou Polidoro em sua apresentação.
A demanda adicional por fertilizantes no Brasil incluirá desafios, especialmente em relação à logística de distribuição dos produtos em Estados como Mato Grosso, disse Polidoro.
*Agência Estado