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ALD irá investir R$ 900 milhões para expandir usina de etanol de milho

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Objetivo da companhia, fundada por 24 produtores, é triplicar a produção em Nova Marilândia (MT)

A ALD Bioenergia Deciolândia, a primeira usina de etanol de milho do país a ter como sócios produtores rurais, vai investir US$ 175 milhões (cerca de R$ 900 milhões) para triplicar sua produção. O plano é iniciar a expansão ainda neste ano e encerrar as obras em 2026, diz o CEO da empresa, Marco Orozimbo.

Instalada no município de Nova Marilândia (MT), na Chapada dos Parecis, a ALD foi criada em 2019 e iniciou as operações em janeiro de 2021, com o processamento diário de 700 toneladas de milho que seus 24 sócios produzem. No ano passado, a companhia faturou R$ 450 milhões, um recorde.

Da receita total da empresa, 22% já são provenientes do negócio de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS, na sigla em inglês), coproduto usado na nutrição animal e que tem custo menor do que o farelo de soja. No ano passado, a ALD passou a produzir também óleo de milho e construiu um armazém com capacidade para 80 mil toneladas.

Atualmente, a ALD processa mil toneladas de milho por dia. Com a expansão projetada da planta, a empresa pretende chegar a 3 mil toneladas diárias. A partir da estrutura existente hoje, a companhia produz 150 milhões de litros de etanol e 103 mil toneladas de DDGS por ano.

A ALD comercializa no mercado interno toda a sua produção, mas a empresa tem planos de, no futuro, exportar o DDGS para uso como ração animal. O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de DDGS, atrás dos EUA, e a projeção é que os embarques continuem aumentando, acompanhando a expansão das indústrias. Na safra 2031/32, os exportadores querem destinar ao mercado externo entre 25% e 30% de sua produção.

De acordo com Marco Orozimbo, os recursos para a ampliação da indústria devem vir de bancos de fomento ou de fundos e parte deles será investimento dos sócios da usina. A ampliação da unidade foi aprovada no mês passado em assembleia anual dos acionistas.

“A ALD consome hoje menos da metade da produção de milho de seus sócios. Daí a necessidade de expansão”, afirma Orozimbo. A área total plantada pelos 24 sócios da empresa é de 120 mil hectares, com produção de aproximadamente 800 mil toneladas de milho por safra.

Segundo o executivo, a ALD surgiu de uma cooperativa de produtores de cereais que tinham área plantada de 120 mil hectares. Com o crescimento da demanda pelo etanol de milho, o grupo de 24 agricultores decidiu se unir para investir na criação de uma indústria sustentável, que agregasse valor à sua produção de grãos.

O grupo identificou o potencial do crescimento do etanol de milho no Centro-Oeste, onde a disponibilidade do cereal é elevada. Essa grande oferta assegura uma matéria-prima barata para a produção do biocombustível na região, que tem facilidade de acesso logístico ao Norte e ao Nordeste do país.

À beira da rodovia BR-364, a ALD gera toda a energia que consome a partir da queima em suas caldeiras da biomassa de bagaço de cana, da palha de arroz ou do cavaco de eucalipto. A unidade trata a água residual usada na fabricação do etanol e destina-a para a fertirrigação. As cinzas geradas na queima da biomassa também são aproveitadas, virando biofertilizante para a lavoura dos sócios, segundo o CEO.

A usina opera atualmente em três turnos com 135 funcionários. A ALD participa do programa RenovaBio desde 2022 e, em um ano, a usina já fez a recertificação para aumentar em 28,5% seu fator de conversão de etanol em Créditos de Descarbonização (CBios).

Eliane Silva
Jornalista viajou a convite da União Nacional de Etanol de Milho (Unem)

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