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Anfavea vê condições para rápida adoção de 30% de mistura de etanol à gasolina

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a fiscalização de fraudes em bombas e a análise dos combustíveis dos postos de Ribeirão Preto estão atrasadas.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) vê condições de ampliação, em breve, do aumento do teor máximo permitido de etanol anidro na gasolina tipo C dos atuais 27% para 30% (E30).

“Vejo que, em poucos meses, temos condição de colocar E30 efetivamente no mercado. No meu modo de ver, o E30 está mais próximo (que o E35) para conseguirmos fazer esse avanço do uso do etanol. Temos condições de fazer e colocar isso de forma efetiva no mercado, por isso, vemos o E30 como um passo intermediário”, disse o diretor de sustentabilidade e de parcerias estratégicas e institucionais da Anfavea, Henry Joseph Junior.

Ele participou de um workshop sobre a regulamentação da lei do Combustível do Futuro, realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na manhã desta quinta-feira, 31. “Já temos uma frota na rua, a qual 85% é flex, e pode aumentar ainda mais o uso efetivo de biocombustíveis, com resultados significativos de descarbonização em relação à tecnologias que dependem de renovação da frota. Para a indústria automobilística, está clara a importância dos biocombustíveis”, observou.

A lei do Combustível do Futuro, sancionada pelo governo no início deste mês, permite a elevação do teor máximo de etanol anidro na gasolina tipo C dos atuais 27% para 35% (E35) e do porcentual mínimo obrigatório de 22% para 27%. O aumento do teor de etanol na gasolina, previsto na lei 14.993/2024, é condicionado à regulamentação técnica da mistura, à aferição de viabilidade técnica e à definição da mota pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Esse aumento de forma mais rápida para o E30 depende, contudo, dos testes de desempenho para viabilidade técnica, já que os testes atuais, realizados em 2014, abrangiam até 30% dentro da margem de erro para E27 em virtude da dispersão da gasolina na mistura. “Isso precisará ser avaliado, provavelmente em testes complementares, mas é algo fácil de ser feito”, acrescentou Joseph Junior.

Tanto a Anfavea quanto a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) defenderam a realização de testes de rodagem para atestar a viabilidade técnica de uma maior mistura de etanol à gasolina. Os experimentos precisariam considerar condições reais de utilização com combustível mais próximo do que é usado pelo consumidor em frota selecionada de quatro rodas e duas rodas.

“Tenho receio de segregar uma gasolina muito específica para fazermos testes e a frota estar sujeita a isso. Hoje temos em torno de 7 milhões de veículos movidos à gasolina rodando, sendo 4,5 milhões com mais de 16 anos de uso, que poderiam estar sensíveis a essa questão”, ponderou Joseph Junior.

O diretor da Anfavea defendeu também a análise de medidas para inclusão do etanol hidratado na matriz de tecnologias para descarbonização. “Não podemos esquecer de medidas de maior incentivo ao etanol hidratado. Sei que estou mexendo em vespeiro, mas precisaríamos pensar nisso. Não podemos esquecer esse caminho como possibilidade que temos na mão para ajudar na descarbonização”, defendeu.

Agência Estado/Isadora Duarte e Renan Monteiro

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