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Após moagem recorde, Jalles projeta ligeira alta e mais açúcar para 2025/26

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A Jalles projeta para a safra 2025/26 um leve crescimento de 1% no volume de cana-de-açúcar processado em relação ao realizado na safra anterior, totalizando 7.943,5 mil toneladas – o equivalente a 88,3% da sua capacidade instalada.
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Após moagem recorde e prejuízo na safra 2024/25, Jalles projeta aumento na produção de açúcar e foco em produtividade para o novo ciclo

A Jalles projeta para a safra 2025/26 um leve crescimento de 1% no volume de cana-de-açúcar processado em relação ao realizado na safra anterior, totalizando 7.943,5 mil toneladas – o equivalente a 88,3% da capacidade instalada da companhia. A previsão vem após o encerramento da safra 2024/25, que, apesar dos desafios climáticos, registrou um volume recorde de moagem e crescimento de quase 20% na receita líquida, mesmo fechando a safra com prejuízo.

De acordo com o relatório divulgado pela companhia ontem, 17, o TCH deverá registrar uma ligeira retração de 1,8%, refletindo temperaturas mais elevadas ao longo da última safra e um menor volume de chuvas em março. Ainda assim, a Unidade Santa Vitória se destaca positivamente, com expectativa de crescimento de 8,1% no TCH, impulsionada pelos avanços agronômicos e estruturais promovidos na unidade.

“Em termos qualitativos, o ATR médio projetado é de 139,9 kg/t, com avanço de 0,9% sobre o ciclo anterior. A principal mudança no perfil produtivo está no mix: a expectativa é de aumento da participação do açúcar, passando de 44,6% para 54,0% do ATR total, com consequente redução na produção de etanol para 46,0%, reflexo da conclusão da fábrica de açúcar em Santa Vitória”, destacou a companhia.

O CAPEX previsto para a safra 2025/26 é de R$ 746,7 milhões, com destaque para os aportes em infraestrutura agrícola da Unidade Santa Vitória. Os investimentos incluem a implantação de mais de 4 mil hectares com sistemas de irrigação e fertirrigação, reforçando o papel estratégico da unidade no aumento sustentável da produtividade e na mitigação dos impactos climáticos.

“Os projetos de expansão brownfield (IPO) e da fábrica de açúcar em Santa Vitória foram concluídos, atestando o compromisso da Jalles com a entrega dos projetos estabelecidos”, informou a companhia.

Safra 2024/25 fechou com moagem recorde

A Jalles Machado registrou uma moagem recorde de 7.868,5 mil toneladas de cana na safra 2024/25, um avanço de 7,1% em comparação com a safra 2023/24. Segundo a companhia, esse aumento foi viabilizado pela maior área de colheita durante o ciclo. Entretanto, a empresa não atingiu o guidance inicialmente projetado, devido às condições climáticas adversas e à ausência de chuvas que prejudicaram a formação do canavial.

O ATR médio apresentou retração de 3,8% em relação à safra anterior, refletindo o impacto das chuvas no início do ciclo, que comprometeram a qualidade da matéria-prima. A queda no índice também se refletiu na produtividade agrícola, que recuou 3,9%, encerrando a safra com média de 84,5 toneladas por hectare.

Apesar da menor oferta de matéria-prima e da redução de 2% no ATR médio, que fechou em 138,6 kg por tonelada de cana, a companhia obteve um crescimento expressivo na receita líquida, que atingiu R$ 2,6 bilhões – um avanço de 19,8% sobre a safra 2023/24. O bom desempenho foi sustentado por melhores preços médios de venda e por um mix com maior direcionamento ao etanol.

Ao final da safra 2024/25, a Jalles registrou uma área colhida de 91,7 mil hectares, o que representa um crescimento de 6% em relação à safra anterior, que totalizou 86,4 mil hectares. Esse aumento decorre da expansão do canavial realizada na safra precedente.

No que se refere ao plantio, a companhia observou uma redução de 26,8% na expansão de área, com um total de 3,4 mil hectares. Essa retração deve-se à fase final da expansão planejada, com conclusão prevista para a safra 2025/26. Em contrapartida, o plantio de renovação apresentou acréscimo, atingindo 16,4 mil hectares, frente aos 15,4 mil hectares registrados na safra anterior.

Açúcar recuou e etanol ganhou espaço

O menor volume de cana e a maior destinação para o etanol refletiram diretamente na produção de açúcar. A companhia produziu 442 mil toneladas ao longo da safra 2024/25, o que representa uma queda de 9,4% em relação ao ciclo anterior, quando foram fabricadas 488 mil toneladas. O mix de produção dedicado ao açúcar recuou 4,8 pontos percentuais, fechando o ciclo em 44,6%. A produção permaneceu concentrada no açúcar cristal, mantendo o perfil de portfólio das últimas safras.

A produção total de etanol da Jalles Machado alcançou 489 mil metros cúbicos, alta de 5,3% em comparação com os 465 mil metros cúbicos fabricados na safra 2023/24. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo etanol hidratado, que somou 324 mil metros cúbicos – um avanço de 13,8% sobre o ciclo anterior. Já o etanol anidro registrou queda de 7,3%, totalizando 165 mil metros cúbicos.

Os preços médios de comercialização acompanharam a tendência de valorização observada ao longo da safra. O etanol hidratado foi vendido a R$ 2,68 por litro, ante R$ 2,36 no ciclo anterior. No caso do etanol anidro, o preço médio ficou em R$ 3,26 por litro, ligeiramente acima dos R$ 3,17 registrados na safra passada.

Faturamento avança, mas resultado final é negativo

Mesmo com a redução na moagem, a Jalles Machado fechou a safra com forte crescimento na geração de caixa e receita. O EBIT ajustado atingiu R$ 419 milhões, com alta de 131,6% sobre o ciclo anterior, enquanto o EBITDA ajustado pós-CAPEX recorrente totalizou R$ 340,1 milhões.

No entanto, o exercício foi encerrado com prejuízo líquido de R$ 55,9 milhões, pressionado principalmente pelas despesas financeiras, que somaram R$ 501 milhões, e pelos efeitos de marcação a mercado de instrumentos derivativos.

Os investimentos totalizaram R$ 744,3 milhões na safra, com destaque para os R$ 458,3 milhões aplicados na renovação de plantio e manutenção de entressafra. Projetos estruturantes como a expansão da unidade de Santa Vitória e a nova fábrica de açúcar foram concluídos durante o ciclo.

“A safra 2025/26 inaugura uma nova fase em nossa trajetória, pautada na consolidação e otimização dos ativos. Nosso foco passa a ser a conversão da capacidade instalada em produção efetiva, com ênfase na produtividade, controle rigoroso de custos e disciplina financeira, sem renunciar a oportunidades estratégicas e sustentáveis. Conseguimos avançar com consistência em nosso plano de crescimento e encerrar o ciclo com importantes entregas operacionais e comerciais, mesmo diante de um dos cenários climáticos mais desafiadores dos últimos anos. Nas nossas três unidades, promovemos ajustes de processos e realizamos investimentos que já demonstram impactos positivos”, destacou a companhia em relatório.

Natália Cherubin para RPAnews

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