A previsão do Pecege é que o ATR feche a R$ 0,75 na safra 2020/21. Este valor está bem acima do que foi previsto em janeiro (R$0,70), quando as perspectivas, antes da pandemia, já eram positivas. Preços melhores do açúcar no mercado internacional, um câmbio forte e a recuperação do mercado de consumo de etanol são os fatores que explicam a alta do ATR.
“Quando olho para janeiro de 2020, nossa previsão era de R$ 0,70, pois naquela altura tínhamos um cenário de câmbio muito menor, na casa dos R$ 4 reais e, além disso, tudo mais constante, preço do açúcar e do etanol mais contestantes. Vínhamos com preços melhores do açúcar, com recuperação do preço internacional e uma perspectiva muito boa para o etanol”, afirma Haroldo Torres, economista e gerente de Projetos do Pecege.
Para o economista nenhum especialista em mercado poderia imaginar na subida do dólar. “Saímos de R$ 4 e beijamos os R$ 6, isso garantiu uma estupenda remuneração do açúcar. Ao mesmo tempo beijamos preços quase que negativos de petróleo e o preço do etanol derreteu”, aponta.
A mudança de R$ 0,70 para R$ 0,75 são fruto da recuperação forte do câmbio e, da recuperação mais rápida do mercado de etanol. “Hoje mesmo com um brent próximo aos US$43 por barril, estamos tendo um preço do etanol bastante competitivo”, afirma Torres.
O que mais deixa esse cenário positivo? A entressafra longa. O setor praticamente já encerrou a safra, devido ao clima mais seco em 2020. E, esse clima seco trouxe dois efeitos, de acordo com o economista. O primeiro é a safra mais curta e o outro efeito é atraso da próxima safra, porque algumas usinas ainda vão esperar para que a cana ganhe gradiente de biomassa e volumetria para iniciar a safra 2021/22.
“Vamos ter uma entressafra longa e com um nível de estoque que, mesmo que em níveis recordes, ainda muito similar ao ano passado. O que é interessante é que vamos ter boa recuperação para o etanol, o que faz com que encerremos a safra em R$ 0,75”, adiciona Torres.
Bons Ventos 2021/22
O Pecege também projeta um ATR em R$ 0,81 para a safra 2021/22. E os bons ventos vem de onde? De acordo com Torres, vem da manutenção do preço do açúcar, com câmbio, preço internacional favorecido e uma recuperação vinda do lado do etanol.
“O ganho que a gente vai ver na safra 2020/21 para 2021/22, de R$ 0,75 para R$ 0,81, se dará pela recuperação do mercado do etanol, ou seja, a recuperação e retomada do mercado de petróleo e reaquecimento da economia brasileira”, conclui.
Previsão completa
Além da previsão completa sobre o ATR, o Pecege, em seu relatório, faz análise da situação dos mercados internacionais de açúcar e energia; uma projeção do preço do açúcar cristal para o mercado interno recebido pelas usinas paulistas nas safras 2020/21 e 2021/22; uma projeção dos preços PVU dos etanóis anidro e hidratado em São Paulo nas safras 2020/21 e 2021/22; e projeção do mix de produção das usinas do Centro-Sul nas safras 2020/21 e 2021/22.
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Por: Natália Cherubin