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BNDES financia com R$ 290,2 milhões primeira fábrica de glúten vital do Brasil da Be8

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O Brasil dará um passo inédito na indústria alimentícia com a instalação da primeira planta de produção de glúten vital no país. O projeto será liderado pela Be8, empresa com histórico de atuação em biocombustíveis e inovação industrial, e contará com financiamento de R$ 290,2 milhões do BNDES por meio do programa BNDES Mais Inovação. A unidade será construída em Passo Fundo (RS), região estratégica próxima a importantes polos de cultivo de trigo no estado, responsável por mais da metade da produção nacional do cereal.

Atualmente, o Brasil depende 100% da importação de glúten vital, insumo usado para melhorar a qualidade da farinha na panificação e também presente em medicamentos, cremes dentais e enxaguantes bucais. De acordo com a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), somente em 2024 o país consumiu cerca de 22,1 mil toneladas, volume que deve ser suprido, a partir de agora, com produção nacional e potencial de exportação para países vizinhos, como o Chile.

Com previsão de processar anualmente 525 mil toneladas de cereais, a nova planta da Be8 deve alcançar uma produção de 25,6 mil toneladas de glúten vital por ano, reduzindo significativamente a dependência externa e promovendo a agregação de valor à cadeia do trigo brasileiro. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o projeto representa uma mudança estratégica:

“Com essa planta pioneira, o Brasil deixa de ser 100% dependente da importação de glúten vital e passa a ocupar um novo espaço na cadeia global do trigo”.

Além de gerar 29 empregos diretos e cerca de 500 indiretos, a unidade será integrada a uma biorrefinaria de etanol de cereais já em construção pela Be8, também com recursos do BNDES. Essa integração permitirá ganhos operacionais relevantes, já que o farelo gerado na produção do glúten será aproveitado na produção de etanol anidro, por meio do processo de hidrólise e fermentação. A expectativa é que a operação integrada alcance a produção anual de 209 mil metros cúbicos de etanol e 153 mil toneladas de farelo DDGS, destinado à indústria de ração animal.

A localização da fábrica também favorece o desenvolvimento de culturas de inverno, fortalecendo a economia local e oferecendo aos agricultores uma nova alternativa de cultivo com alto valor agregado. Para o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, a iniciativa fortalece a indústria nacional:

“É um insumo que era totalmente importado pela indústria brasileira e que agora poderá ser produzido localmente e até exportado. Trata-se de um avanço tecnológico para o setor de alimentos e uma nova oportunidade de empregos qualificados”.

O presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella, destacou o caráter inovador e sustentável do projeto:

“Celebramos mais uma etapa de um projeto que une a produção de energia renovável com a produção de alimentos, mostrando que esses dois desafios podem ser superados juntos”.

A nova planta está alinhada com os objetivos da Nova Indústria Brasil (NIB) — política pública lançada pelo governo federal para impulsionar a reindustrialização do país até 2033 — e reforça a estratégia de desenvolvimento sustentável, inovação e redução de gargalos históricos na indústria nacional.

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