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Brasil lança a primeira bolsa de crédito de carbono do mundo

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A B4 é uma bolsa de ação climática real, o ponto de encontro para evitar a pegada de carbono e promover a efetiva compensação, alcançando o Net Zero

No dia 16 de agosto de 2023, ocorreu o lançamento da B4, a primeira bolsa de créditos de carbono do mundo. O evento aconteceu no AYA Earth Partners (AYA Hub), em São Paulo, SP, e marcou o primeiro passo para uma experiência inédita, que reúne soluções inovadoras capazes de diminuir, efetivamente, a emissão de CO2 no planeta.

A bolsa deve atuar como um facilitador para as empresas que querem compensar a quantidade de carbono emitida em suas operações e impulsionar a transição energética através de uma economia com foco em regeneração dos recursos naturais.

“Ela não vai ser uma alternativa a B3. Ela vai listar ativos tokenizados (dispositivo que funciona como uma chave eletrônica) e projetos voltados à sustentabilidade”, afirmou o fundador da B4, Odair Rodrigues. Kaue Vinícius, especialista em negociação e atuante na Ásia há 19 anos, e Mozart Fernandes, especialista em marketing, também são sócios da empresa.

Segundo uma prospecção interna feita pela companhia, a expectativa é movimentar R$ 12 bilhões em crédito de carbono no primeiro ano após o lançamento da plataforma. Eles, no entanto, afirmaram ao Estadão que, com base nas empresas pedindo para serem listadas e nas que querem comprar, a demanda é 10 vezes superior a esse valor, considerando as grandes empresas que já demonstraram interesse pelo projeto. Os nomes das empresas só vão ser anunciados após o lançamento.

A B4 possui uma infraestrutura sediada na tecnologia Blockchain, que oferece vantagens em relação à segurança, rastreabilidade, transparência, inclusão e à confiabilidade das transações. Dessa forma, a bolsa facilita o acesso a negociação de ativos digitais lastreados em carbono positivo, buscando oferecer a melhor experiência para atingir o Net Zero.

De acordo com o relatório ESG Radar 2023, promovido pela Infosys, multinacional de tecnologia da informação, até 2025, cerca de US$53 trilhões devem ser investidos por empresas em pautas ESG, ou seja, voltadas para ações ambientais, sociais e de governança corporativa.

Frente a esse cenário, a tecnologia utilizada pela B4 ganha destaque, já que ela garante, por meio da rastreabilidade, o fim do maior problema do mercado de crédito de carbono: a duplicidade dos créditos – um grande desafio para as empresas envolvidas no mercado de compensação de emissões.

Quando um crédito de carbono é emitido ou negociado mais de uma vez, resulta em usos indevidos de um ativo já debitado. Dessa forma, a credibilidade das empresas que passam por esse processo é minada, ao passo em que ocorre a perda de confiança dos investidores.

Sem um sistema adequado para rastrear e registrar de forma transparente as transações desses ativos, o problema tende a se repetir. Com a tecnologia blockchain, a B4 bolsa de ação climática oferece uma solução que permite o registro imutável e eficaz das informações, em um ambiente transparente distribuído.

A B4 tem a intenção de se tornar uma bolsa de ação climática. Neste primeiro momento, no entanto, a plataforma irá comercializar apenas créditos de carbono. Além disso, a B4 ainda não será regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pois só negociará os chamados utility token (tokens de utilidade, em livre tradução), que dão acesso a algum serviço ou benefício.

No entanto, a empresa afirmou ao jornal que quando comercializar security tokens, que são títulos que representam um ativo real, como as ações, por exemplo, reguladas pela CVM, irão pedir as devidas autorizações. A expectativa é que isso aconteça até dezembro, caso alguma das empresas queira listar esse tipo de ativo.

Com informações do Estadão

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