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Cana-de-açúcar respondeu por 23% das compras de nematicida do mercado

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Estudo mostra ainda que em área potencial tratada (PAT), as aplicações para controle de nematoides avançaram de 1,5 milhão para 21 milhões de hectares 

O mercado brasileiro de nematicidas cresceu 10 vezes em oito safras, segundo o último estudo FarmTrak da Kynetec Consulting. Segundo a empresa, esses insumos movimentaram 1,6 bilhão de reais no ciclo 2021-22, ante 160 milhões de reais no período 2014-15. Os nematoides são pragas, encontradas no solo e na água, podem causar perdas de até 90% da produção das lavouras associadas.

Gabriel Pedroso, analista de inteligência de mercado da Kynetec, afirma que na safra passada a soja respondeu por 52% do negócio de nematicidas, R$ 806 milhões, seguida pela cana-de-açúcar: 23% ou R$ 363 milhões. Milho, algodão, café, batata e outras 14 culturas pesquisadas responderam juntas por 25% do negócio, cerca de R$ 400 milhões.

Em uma avaliação centrada nas áreas de tratamento, a série histórica de estudos – publicada originalmente em 2015 pela consultoria Spark Intelligence Estratégica e recentemente adquirida pela Kynetec – destacou um salto na cobertura nematicida de 1,5 para 21 milhões de hectares. Desse total, a soja registrou a maior Área Potencialmente Tratada (PAT) na época da última safra: 64% ou aproximadamente 13,4 milhões de hectares.

Milho e algodão vêm em segundo lugar com 13% cada ou cerca de 2,73 milhões de hectares (5,46 milhões de hectares juntos). Os produtores de cana-de-açúcar trataram 1,27 milhão de hectares, o equivalente a 6% do PAT. Em relação à adoção do produto pelos agricultores, a FarmTrak descobriu que 99% da área de algodão seria tratada até 2022, em comparação com 9% calculados em 2015. A soja passou de 2% para 24%, enquanto a cana-de-açúcar e o milho passaram de 6% para 13% e de 1% para 13%, respectivamente.

“Mesmo culturas com menores áreas de plantio vêm sendo tratadas com nematicidas”, enfatiza Pedroso. Cenoura, alho e batata, exemplifica ele, tiveram 76%, 67% e 39% das áreas cobertas por pelo menos uma aplicação de produtos em 2022. “Nematoides danificam severamente raízes de plantas. Em face de potenciais prejuízos, o produtor opta por investir no manejo preventivo.”

Biológicos e cerrado no topo

Outro dado que vale destacar da pesquisa FarmTrak coloca os Bionematicidas ou Bionematicidas na vanguarda do mercado. As vendas desses produtos somaram R$ 1,2 bilhão, representando 75% do mercado total, enquanto as vendas de nematicidas químicos representaram 25% (R$ 395 milhões).

“Contudo, é importante destacar que as ferramentas químicas também têm função relevante na composição do manejo, que contempla aplicações de defensivos e outras práticas, incluindo a rotação de culturas e o uso de variedades resistentes às pragas”, explica Pedroso.

O especialista da Kynetec destacou ainda que, embora o levantamento tenha constatado a ocorrência de nematóides em todas as regiões agrícolas do país, os agricultores do cerrado se destacaram na pesquisa como líderes na compra de produtos de controle de pragas. “Eles representam 82% do faturamento do setor, ou R$ 1,3 bilhão. Quase a metade desse valor (R$ 617 milhões) está concentrada no Mato Grosso“, conclui Pedroso.

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