Nos primeiros 15 dias de março de 2023, as emissões de créditos de descarbonização das usinas certificadas pelo programa RenovaBio caíram cerca de 70%, para 0,8 milhão de títulos (800 mil títulos), em comparação aos primeiros 15 dias de março de 2022, quando foram emitidos 2,71 milhões de Cbios.
Segundo Haroldo Torres, economista e gerente de projetos do Pecege, essa redução se deve pela diminuição da produção de etanol pelas usinas. “De fato, em março de 2023 estamos com um volume de Cbios depositados pelas empresas do setor menor do que no ano passado. Isso se deve a redução do volume de etanol produzido pelas usinas, fruto de uma redução de mix, bem como pela redução das vendas de etanol em 2022 diante das alterações tributárias. Portanto, tivemos uma redução da oferta de etanol e da demanda, consequentemente levou a uma menor geração de Cbios que está se refletindo apenas agora no mês de março”, disse à RPAnews.
De acordo com os dados da B3, compilados pelo Itaú BBA, os preços médios das negociações fecharam a 1ª quinzena de março em R$ 98,23/Cbio, valor R$ 1,94 abaixo do mês de fevereiro deste ano. Na média o valor também caiu. Em 2022, o preço médio do Cbio, que chegou a atingir um pico de R$ 202,65, foi de R$111,65, enquanto a média do acumulado de 2023 é de R$ R$ 94,39.
Segundo o economista do Pecege, desde que o governo pare de intervir no programa e entenda o valor que pode ter em reduzir a pegada de carbono ao mesmo tempo em que fomenta a produção local de etanol, diminuindo a dependência da importação de combustíveis, isso pode ser um forte avanço dos preços.
“Considerando essa premissa, prevê-se que o preço do Cbio tenha uma valorização ao longo do tempo. Portanto, esperamos um valor em 2023 maior do que o de 2022”, disse.
Por Maria Vitoria Trintim, com supervisão, para RPAnews