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Cenário é mais otimista após cortes de impostos sobre combustíveis
Os preços ao consumidor brasileiro aumentaram um pouco menos do que o esperado até meados do mês de julho, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), registrando o menor aumento mensal em dois anos. O IPCA-15 do Brasil subiu 0,13% no período, ante 0,69% no mês anterior, enquanto a média, segundo pesquisa da Reuters para meados de julho, ficou em 0,17%.
Economistas ouvidos pela Reuters apontam para uma tendência de queda da inflação no Brasil, a maior economia da América Latina. “Parece um bom começo para o terceiro trimestre. A tendência de baixa provavelmente continuará nos próximos meses”, disse Andres Abadia, economista-chefe para a América Latina da Pantheon Macroeconomics.
A desaceleração mensal veio em decorrência da legislação federal que reduziu os impostos estaduais incidentes sobre os combustíveis, resultando em uma queda acentuada nos preços da gasolina e do etanol. Os custos de transporte como um todo caíram 1,08% no mês, segundo dados oficiais, compensando parcialmente o aumento de 1,16% nos preços de alimentos e bebidas.
Nos 12 meses até meados de julho, a inflação atingiu 11,39%, praticamente em linha com as expectativas e desacelerando pelo segundo mês consecutivo – embora ainda muito acima da meta do banco central de 3,5%, mais ou menos 1,5 ponto percentual. William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, explicou à Reuters que os números de meados de julho são o primeiro sinal claro de que a inflação atingiu o pico, mas alertou que as políticas monetárias do Copom, banco central do Brasil, permanecerão rígidas.
“Com a taxa básica muito acima da meta e os riscos fiscais crescendo, o ciclo de aperto do Copom tem um pouco mais de atraso e as taxas de juros permanecerão altas até o próximo ano.”
O banco central do Brasil vem subindo agressivamente as taxas de juros desde o ano passado para conter a alta dos preços ao consumidor, com a taxa básica atualmente em 13,25%.
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