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CerradinhoBio tem alta de 14,1% na moagem de cana e registra melhora nos resultados financeiros
Os dados do segundo trimestre da safra 2024/25, mostram que investimentos em expansão e diversificação impactaram o resultado financeiro da companhia
A Cerradinho Bioenergia, empresa do setor sucroenergético que produz etanol, açúcar e nutrição animal a partir de matéria-prima renovável, como a cana e o milho, divulgou ao mercado seus resultados do segundo trimestre da safra 2024/25 e registrou um aumento substancial na rentabilidade e aumento de moagem de cana-de-açúcar e milho.
De acordo com a companhia, em nota, o crescimento na produção é resultado dos investimentos realizados nos últimos dois anos, concentrados na nova unidade de etanol de milho da sua subsidiária Neomille, que iniciou operação em janeiro deste ano, em Maracaju (MS) e na nova fábrica de açúcar, que iniciou as operações em julho.
No total, considerando milho e cana-de-açúcar, a moagem da companhia ultrapassou 7.251 milhões de toneladas no 2T2024/25, alta de 184%, quando comparado ao mesmo período da safra anterior (2T2023/24). Nos seis meses da safra, a moagem total das duas culturas atingiu 8679 milhões de toneladas.
Só de cana-de-açúcar, nos seis primeiros meses da temporada 2024/25, a companhia moeu 4 milhões de t, o que representa uma alta de 14,1% em relação ao mesmo período da temporada anterior. Deste total, 40% correspondem a cana própria e 60% a cana de terceiros. O aumento no volume moído, de acordo com a companhia, foi ocasionado por maior aproveitamento de tempo, decorrente do menor número de paradas operacionais e pela menor incidência de chuvas no período, registrando uma das maiores secas na região.
No acumulado da safra 2024/25 a produtividade agrícola recou 4,5% frente ao ano anterior, dessa forma o TCH passou de 97,3 para 83 t/ha. Esta deterioração, segundo a CerradinhoBio, é explicada pela seca que atingiu a região e afetou o canavial em algumas frentes de colheita. Refletindo uma menor produtividade, o TAH (toneladas de ATR por hectare) reduziu em 1,1% frente ao ano anterior, passando de 13,1 para 13,0t ATR/ha.
Em decorrência do início da produção de açúcar, com a nova fábrica da companhia, o volume de etanol de cana foi de 297 mil m³, representando um recuo de 4,4%. “A despeito da redução do volume produzido, é importante mencionar que a eficiência industrial e o menor volume de chuvas, contribuíram para manter um volume de produção adequado”, afirmou a companhia em relatório de resultados.
A produção acumulada de açúcar VHP até setembro foi de 98 mil toneladas. “O segundo trimestre representa um marco importante para a CerradinhoBio, pelo início das operações da nossa primeira fábrica de açúcar. Os bons resultados obtidos neste período refletem diretamente a contribuição dessa fábrica e principalmente a consistência das nossas operações”, disse o CEO da CerradinhoBio, Renato Pretti.
Considerando a equação entre preços de cavaco de madeira para aumento da cogeração versus o preço de energia no mercado spot, a CerradinhoBio continuou com a mesma estratégia adotada na última safra, trabalhando apenas com a produção de energia necessária para o suprimento das plantas industriais e a entrega parcial dos contratos. “O complemento necessário para entrega total dos contratos é realizado por meio de compra no mercado spot. O volume exportado de energia a partir do bagaço da cana para a rede elétrica e para Neomille durante o 2T 24/25, foi 28,6% inferior ao mesmo período de 23/24. O volume de vapor e energia fornecidos para a unidade de etanol de milho reduziu 25,8% quando comparado a safra anterior.
“O volume total de energia elétrica vendido durante os 6M 24/25 foi 3,6% superior ao mesmo período da safra anterior, resultando em uma receita líquida de R$ 73 milhões, alta de 21,1%. Este aumento ocorreu por conta do preço médio líquido que foi 16,8%”, afirmou a companhia em nota.
Crescimento na rentabilidade
No semestre da safra 2024/2025, o lucro líquido consolidado da CerradinhoBio atingiu R$ 72,2 milhões, contra um prejuízo de R$ 1,2 milhão no mesmo período do ano anterior. Esse resultado, segundo a companhia, é reflexo do crescimento na produção de etanol, melhores margens no etanol de milho e início da produção de açúcar.
A receita líquida da Companhia cresceu 23% em comparação com o mesmo período. Este aumento foi sustentado pela maior receita vinda do etanol de milho, que cresceu 94,3%. E a entrada da operação da fábrica de açúcar, que contribui no período com R$ 111,3 milhões.
Outras rubricas que também apresentaram crescimento foram de DDG e óleo e energia, que juntas cresceram 48,1%.
O resultado financeiro líquido nos 6M 24/25, desconsiderando os efeitos do IFRS 16, totalizou uma despesa de R$ 193,8 milhões, contra uma despesa de R$ 87,4 milhões em relação ao mesmo período anterior. A variação é explicada, principalmente, segundo a companhia, pelo aumento do endividamento líquido da empresa e pela menor capitalização de juros em R$ 40,8 milhões dado a ativação da planta de etanol de milho de Maracaju-MS.
Investimentos
O CAPEX consolidado da Companhia encerrou o semestre da safra 2024/25 com uma redução de 37% frente ao mesmo período da safra anterior, explicado principalmente pela redução dos investimentos em expansão. Em relação aos investimentos em Manutenção o aumento de 62% em plantio de cana é fruto da maior área de reforma. Em melhorias operacionais o incremento de 127% é decorrente de aquisição e substituição de novos equipamentos agrícolas e industriais.
Em Modernização/Expansão, a companhia firmou, em relatório de resultados, que continua o investimento na nova fábrica de açúcar, que no 2T 24/25 teve o montante de R$ 45 milhões desembolsado. Desde o início do projeto, já foram investidos R$ 262 milhões. Nesse trimestre iniciou-se a fase 2 do projeto fábrica de açúcar teve o montante de R$ 27,9 milhões desembolsado. Já no negócio milho, os principais investimentos foram direcionados para projetos e plantio de eucalipto.
Natália Cherubin para RPAnews
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