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China desacelera compra de açúcar enquanto Brasil ajusta projeções

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A conjuntura do mercado global de açúcar apresenta dois movimentos simultâneos: de um lado, a China, principal importadora mundial, mostra sinais de demanda enfraquecida; de outro, o Brasil, maior produtor global, revisa levemente para baixo suas estimativas de safra, mas mantém uma oferta robusta que continua pressionando os preços.

A economia chinesa enfrenta ventos contrários há mais de um ano, com problemas no setor imobiliário, deflação e dependência de estímulos fiscais para manter o crescimento. Esses fatores, somados à escalada das tensões comerciais com os EUA, estão refletindo no mercado de açúcar.

Dados da Hedgepoint Global Markets mostram que o país deixou de aproveitar oportunidades recentes de arbitragem em regiões não produtoras, comportamento atípico que sugere cautela.

“Se historicamente a China aumentava compras quando a arbitragem em algumas regiões se abria, desta vez a demanda parece adormecida, à espera da nova safra brasileira”, analisa Lívea Coda, Coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint. Como resultado, os preços do açúcar bruto seguem estagnados em torno de 18 centavos de dólar por libra-peso.

No Brasil, a safra 2024/25 do Centro-Sul passa por ajustes. Apesar de um início de ano com chuvas abaixo da média – que levaram a umidade do solo ao menor nível em três décadas –, as precipitações de abril trouxeram algum alívio. O Índice de Saúde da Vegetação (VHI), monitorado pela NOAA, indica que, embora as plantações tenham enfrentado estresse hídrico, a situação não chegou a níveis críticos. No entanto, a produtividade (TCH) deve recuar 1,1%, enquanto a área cultivada surpreendeu com crescimento de 1%, contrariando expectativas iniciais de queda devido a incêndios e secas em 2023.

Com isso, a moagem de cana foi revisada de 630 milhões para 621,2 milhões de toneladas, e a produção de açúcar, de 43,3 para 42,6 milhões de toneladas – uma redução de 700 mil toneladas. O mix (51% para açúcar) e o ATR (141,2 kg/t) permanecem inalterados.

“O Brasil continua sendo um fator de pressão baixista, mesmo com essa pequena redução na oferta”, destaca Coda. A expectativa é que os primeiros dados da safra 2025/26, a serem divulgados pela UNICA, mostrem um TCH mais baixo, o que poderia trazer algum suporte momentâneo aos preços, ainda que insuficiente para uma recuperação sustentada.

Enquanto isso, o mercado segue em compasso de espera, observando se a demanda chinesa retoma fôlego e como as condições climáticas no Brasil evoluirão nos próximos meses – fatores que definirão se os preços permanecerão próximos dos atuais 18 centavos ou encontrarão um novo patamar.

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