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Com contrato de longo prazo com Shell, Raízen vai investir em 5 novas plantas de etanol 2G

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O investimento da companhia de R$ 6 bilhões nas novas plantas será possível graças a um contrato de venda de etanol 2G de longo prazo feito com a Shell, que deve comprar 3,3 bilhões de litros até 2037

A Raízen anunciou ontem, 07, a assinatura de um contrato com a Shell para comercialização de etanol celulósico de segunda geração, produzido a partir da biomassa da cana-de-açúcar, viabilizando a construção de cinco novas plantas do combustível.

O acordo prevê, de acordo coma  Raízen, a entrega à Shell de 3,3 bilhões de litros do combustível até 2037, gerando uma receita de, no mínimo, 3,3 bilhões de euros. O valor considera um preço mínimo definido para o E2G –que não foi divulgado. Caso a cotação do etanol 2G no mercado fique acima do mínimo, haverá uma divisão do prêmio entre as partes.

“Quando abrimos o nosso capital no ano passado, fomos ao mercado para mostrar que não só dominamos a tecnologia de produzir um biocombustível avançado que ninguém no mundo ainda tinha entendido direito, mas também para anunciar que chegaríamos a 20 plantas do produto no final do ano-safra 2030/31. Estamos saindo de quatro operações (uma já produzindo em Piracicaba e outras três em construção) para nove parques de bioenergia que serão ampliados para receber o Etanol de Segunda Geração”, disse Ricardo Mussa, CEO da Raízen, em seu Linkedin.

Para atender o novo contrato, a Raízen investirá 6 bilhões de reais em que cinco novas unidades de produção, que devem entrar em operação entre 2025 e 2027. Essas plantas estarão integradas aos parques de bioenergia da Raízen, que atualmente possui uma unidade de E2G em operação e outras três em construção, com previsão de iniciar operações a partir de 2023.

Segundo a Raízen, a unidade operacional de E2G, em Piracicaba (SP), é a maior do mundo, e deve atingir uma produção recorde de 30 milhões de litros na safra 22/23.

Canavial Raízen drones pulverizadores
Com a demanda e os investimentos, a Raízen passará a ter nove plantas de produção de E2G

Demanda de 4,3 bilhões de l de E2G

Com o novo contrato de longo prazo, a Raízen expande sua carteira de demanda contratada de E2G para, no mínimo, 4,3 bilhões de euros (o equivalente a 4,3 bilhões de litros de etanol celulósico), tornando-se um importante player na produção e venda do combustível.

“Com o domínio de tecnologia proprietária, a companhia se consolidará como o maior produtor e comercializador global de etanol celulósico, com a maior parcela do volume comercializado em acordos de longo prazo”, afirmou a companhia, em comunicado.

O E2G é uma das apostas da Raízen em sua estratégia de se posicionar como um fornecedor de soluções para a transição energética. O portfólio de soluções da companhia inclui ainda bioeletricidade e a produção de biogás e biometano.

“A produção em larga escala do E2G reforça o posicionamento da Raízen como fornecedor global de biocombustíveis direcionados a setores da economia desafiadores para a descarbonização, disponibilizando uma alternativa sustentável para a substituição de combustíveis fósseis, como o abastecimento de matéria-prima para a produção do combustível sustentável de aviação (SAF)”, disse Mussa.

Dados da Raízen afirmam que o E2G reduz em torno de 80% as emissões de gases do efeito estufa na comparação com a gasolina, aproximadamente 70% na comparação com etanol de milho norte-americano e em torno de 30% na comparação com etanol de 1ª geração de cana de açúcar.

Em seu modelo operacional, a Raízen utiliza resíduos de biomassa da cana processada, com elevação da capacidade de produção de biocombustíveis em cerca de 50%, sem qualquer incremento de área plantada.

Ainda em comunicado, a companhia reiterou seu plano de atingir 20 plantas de E2G até 2030/31, com uma capacidade instalada de produção de, aproximadamente, 1,6 milhão de m³/ano.

“Mais do que uma alternativa comercial viável, os atributos sustentáveis desse etanol tão especial é a tradução da economia circular e sustentabilidade: aproveitamos as folhas e o bagaço antes descartado para produzir 50% mais etanol sem plantar um pé de cana a mais. Sinto um orgulho enorme da credibilidade conquistada pela Raízen sobre sua tecnologia, capacidade operacional e desenvolvimento do mercado de etanol. Seguiremos, juntos, trabalhando pelo futuro da energia”, comemorou Mussa.

Natália Cherubin para RPAnews, com informações da Raízen

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