Produtor
Como produtores de cana-de-açúcar podem receber mais a partir de Certificações Sustentáveis
Canaoeste tem uma setor para ajudar esses produtores associados; Créditos Verdes são uma das opções para aqueles que buscam maior renda a partir da sustentabilidade
A produção agrícola que era apenas um setor de produtos e benefícios gerados pela atividade na terra, hoje em dia é uma das principais áreas que buscam ações sustentáveis em todos os âmbitos Ambientais, Sociais e de Governança (ESG), podendo se tornar um verdadeiro negócio para o produtor rural, através das Boas Práticas Agrícolas (BPA).
Nos últimos anos, a preocupação com ações Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) foi tão grande, que diversas ações para remuneração do cuidado com esses pontos e certificações foram sendo incorporadas no mercado. Com o intuito de orientar e ajudar os produtores de cana-de-açúcar a serem mais sustentáveis, a Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), hoje presta uma assessoria para os seus associados, para que também possam, além de cuidar mais do meio ambiente, agregar valor econômico nas ações de sustentabilidade.
Em um ano de existência do projeto de melhoria nos aspectos de boas práticas, disponíveis para os associados da Canaoeste, cerca de 15 produtores alcançaram o nível para a auditoria e certificação. Outro grupo deve estar pronto para esse processo no próximo ano. Por ser um trâmite burocrático, com nichos de desenvolvimento, cada interessado é enquadrado em um plano de desenvolvimento de acordo com suas condições.
Segundo o gestor corporativo da Canaoeste, Almir Torcato, o projeto funciona como uma espécie de cursinho. “O legal de tudo isso, é que toda a solução para certificar está aqui dentro e é feito em batelada. O acesso as boas práticas agrícolas é para todos e na medida que eles vão melhorando o seu nível de sustentabilidade, entram para programa de certificação”.
O primeiro passo é obter certificações que garantam que o produtor em sua atividade siga as normas ambientais, sociais, trabalhistas e ainda produza de forma sustentável e economicamente viável. A relação com os fornecedores, prestadores de serviços e empregados precisam estar pautadas em condições éticas e justas de mercado. “É preciso entender que nos dias hoje, ser sustentável não significa mais você cuidar apenas do meio ambiente. Ser sustentável é conciliar o meio ambiente com o fator humano, com as relações trabalhistas, as relações entre trabalhador e empresa”, comenta Almir Torcato.
Atuando em cima de questões sustentáveis há quase 5 anos, a Canaoeste oferece possibilidade de certificação para todos os dois mil associados. “Quando você decide entrar para o programa, você segue o plano de melhoria e vai passando de fase. Quando o produtor está pronto, passa pela auditoria e pega o certificado. Com este selo, a gente consegue legitimar as boas práticas para o mercado e agregar valor econômico a sustentabilidade que o associado pratica”, explica Almir Torcato.
Crédito verde para o setor
Para que um produtor tenha acesso aos créditos verdes, é necessário que ele demonstre de fato um projeto com efeitos positivos para o meio ambiente ou para implementar uma nova técnica de produção menos impactante. Alguns exemplos de iniciativas que utilizam esse tipo de crédito são o ecoturismo, energia renovável e tecnologias limpas com mínimo impacto no meio ambiente.
“Precisamos discutir abertamente sobre esse assunto, quer dizer, qual o incentivo que eu teria por minhas ações serem éticas, pautadas na negociação justa em termos sociais, econômicos e ambientais, tornando a produção advinda de um sistema sustentável, sendo que o outro não se preocupa”, enfatiza o gestor corporativo da Canaoeste.
Em suma, Boas Práticas Agrícolas (BPA) é um termo utilizado para designar um conjunto de princípios, tecnologias, práticas e recomendações que devem ser aplicadas a uma propriedade rural, a fim de beneficiar os produtores através de incentivos fiscais e maior qualidade de vida dos consumidores em geral.
Ainda segundo Almir Torcato, “as pessoas em todo o mundo querem fazer negócios saudáveis, e essas mesmas pessoas preferem negociar com quem possui uma postura que não agrida o meio ambiente, que não agrida o ser humano e que tenham uma proposta de oferta de produtos advindo dessas relações.”
Setor sucroenergético e o tripé da sustentabilidade
O Brasil é um País com alta produção de cana-de-açúcar, por isso está em constante busca em preservar o meio ambiente, dentro das normas ambientais do Brasil (uma das mais completas do mundo), mas de nada adianta essa procura, se o produtor rural não for recompensado pelos esforços impostos para essa redução.
“Muitos acreditam que sustentabilidade está relacionada apenas ao meio ambiente, contudo, se o tripé não estiver sendo atendido, que é o econômico, ambiental e social, a atividade fica inviável e a cadeia não se sustenta”, explica Almir Torcato.
O setor agrícola, em especial o sucroenergético, a cada ano vem juntando esforços para reduzir os impactos ambientais e pensando em segurança financeira, ajuda dois mil produtores associados, com a obtenção de certificados que os levam a ter visibilidade e a possibilidade de agregar valor econômico na cadeia de produção de cana, créditos advindo de uma produção certificada (aquela que foi produzida dentro de um programa de boas práticas agrícolas).
“Nossos associados, estão dentro do programa e são diariamente orientados frente as necessidades de boas práticas. Nessa proposta, além de levantar a bandeira de sustentabilidade, considerando as áreas de reserva legal previstas em lei, e a preocupação na manutenção e preservação, torna-nos hoje verdadeiros protetores do meio ambiente”, reforça o gestor corporativo da organização.
Informações da Canoeste
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