Exportações somaram US$ 21,15 bilhões, chegando a 40,3% do total exportado pelo estado
Nos nove primeiros meses de 2025, o agronegócio paulista registrou superávit de US$ 16,81 bilhões no comércio exterior. O resultado veio de exportações que somaram US$ 21,15 bilhões e importações de US$ 4,34 bilhões, segundo análise da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
A participação do setor agro nas exportações totais do estado foi de 40,3%, enquanto as importações representaram 6,6% do total paulista.
O complexo sucroalcooleiro foi o grupo de maior relevância, responsável por 29,9% do total exportado pelo agro paulista, com US$ 6,32 bilhões. O açúcar respondeu por 92,1% desse valor e o etanol, por 7,9%.
Na sequência, apareceram:
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Carnes: 14,9% de participação, com US$ 3,15 bilhões, sendo a carne bovina responsável por 84,9%.
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Produtos florestais: 10,5%, somando US$ 2,21 bilhões, puxados por celulose (54,5%) e papel (36,4%).
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Sucos: 10,2% de participação, com US$ 2,15 bilhões, dos quais 97,7% de suco de laranja.
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Complexo soja: 9,9% das vendas, totalizando US$ 2,10 bilhões, com 80,8% referentes a grãos e 14% a farelo.
Esses cinco grupos responderam por 75,4% das exportações do agronegócio paulista. O café ficou em sexto lugar, com 6,4% de participação e receita de US$ 1,35 bilhão.
Variações em relação a 2024
O levantamento também mostrou variações significativas em comparação ao mesmo período de 2024:
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Café (+43,4%)
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Carnes (+26,3%)
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Sucos (+4,6%)
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Complexo sucroalcooleiro (-33,6%)
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Produtos florestais (-5,6%)
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Complexo soja (-0,8%)
As mudanças resultaram da combinação de preços e volumes exportados.
Destinos
A China permaneceu como principal destino, absorvendo 24,2% das exportações, principalmente de soja, carnes, açúcar e produtos florestais. A União Europeia ficou em segundo lugar, com 14,4%, e os Estados Unidos em terceiro, com 12,7%, comprando sucos, carnes, café, produtos florestais e sucroalcooleiros.
As exportações para os EUA totalizaram US$ 2,69 bilhões de janeiro a setembro, alta de 13% frente ao mesmo período de 2024. O crescimento ocorreu até julho, mas em agosto e setembro houve retração de 14,2% e 32,7%, respectivamente, após a entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelo governo americano em 6 de agosto.
O grupo de sucos, isento do tarifaço, liderou as vendas para os EUA, com 34% de participação. Já carnes (15%), café (8,5%) e produtos florestais (9,4%) foram diretamente afetados e registraram queda em setembro.
Segundo o diretor da Apta, Carlos Nabil Ghobril, parte das exportações destinadas aos Estados Unidos foi redirecionada a outros mercados, como China, México e Argentina.
No cenário brasileiro, São Paulo manteve posição de destaque, respondendo por 16,7% das exportações do agronegócio nacional, ocupando a segunda colocação, atrás de Mato Grosso (17,4%) e à frente de Minas Gerais (11,5%).