Os contratos de açúcar de outubro fecharam na terça-feira, 11, com variação positiva de 0,09 centavos de dólar, alta de 0,38%, chegando a 23,53 centavos de dólar por libra-peso. Já contratos de agosto do açúcar branco, em Londres fechou em alta de 13,70 centavos de dólar, 2,06% a mais.
Uma recuperação do petróleo bruto na terça-feira em mais de 2% sustentou os ganhos do açúcar. Os preços mais altos do petróleo beneficiam o etanol e podem levar as usinas de açúcar a desviar sua moagem de cana para a produção do biocombustível em vez de açúcar, reduzindo assim a oferta de açúcar.
O clima mais seco no Brasil acelerou a safra de cana-de-açúcar, o que impacta nos preços do açúcar. As previsões climáticas brasileiras favoráveis reduziram as chances de geadas prejudiciais e abriram caminho para uma colheita mais rápida. As melhores condições climáticas também levaram a trader de açúcar Czarnikow a aumentar sua previsão de produção de açúcar no Centro-Sul para 2023 em 500 mil toneladas, para 38,2 milhões de toneladas.
Além disso, a produção de açúcar está forte no Brasil. A Unica informou na terça-feira que a produção do adoçante no Centro-Sul do Brasil na segunda quinzena de junho cresceu 7,6%, para 2,695 milhões de t. No acumulado da safra, a produção teve alta de 25,9%, para 12,228 milhões de t. Além disso, 47,68% da cana moída foi utilizada para a produção de açúcar este ano, um aumento de 42,56% no ano passado.
A Datagro previu em 29 de junho que o Centro-Sul do Brasil, a principal região produtora de açúcar, produzirá um recorde de 39,1 milhões de toneladas de açúcar no ano comercial 2023/24 que começou em abril, um aumento de 16%.
Os preços do açúcar são sustentados pela seca excessiva na Tailândia, terceiro maior produtor mundial de açúcar, o que pode restringir a produção de açúcar. Até agora, a precipitação na Tailândia está 28% abaixo do mesmo período do ano passado, e o início do sistema climático El Nino pode reduzir a precipitação ainda mais nos próximos dois anos. O Czarnikow prevê que a produção tailandesa de açúcar este ano pode cair pela primeira vez em três anos e pode cair para o segundo nível mais baixo desde 2009/10.
Os preços do açúcar se sustentam nas preocupações de que um padrão climático do El Niño possa interromper a produção global de açúcar. Em 8 de junho, o Centro de Previsão do Clima dos EUA disse que as temperaturas da superfície do mar no Oceano Pacífico equatorial subiram 0,5 grau Celsius acima do normal e os padrões de vento mudaram a ponto de atender aos critérios do El Niño. Um padrão climático de El Nino normalmente traz fortes chuvas para o Brasil e seca para a Índia, impactando negativamente a produção de cana-de-açúcar. A última vez que o El Nino trouxe seca às safras de açúcar na Ásia foi em 2015 e 2016, o que fez com que os preços disparassem.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) cortou em 22 de maio sua estimativa de produção global de açúcar 2022/23 para 177,4 milhões de t de uma estimativa anterior de 180,4 milhões de t e reduziu sua estimativa de superávit global de açúcar 2022/23 para 852 mil toneladas de uma estimativa anterior de 4,15 milhões de t. Em 4 de maio, a ISO previu um superávit global de açúcar 2023/24 de 2,1 milhões de t.
O USDA, em seu relatório semestral divulgado em 25 de maio, projetou que a produção global de açúcar em 2023/24 subiria 6,0%, para um recorde de 187.881 milhões de t e que o consumo global de açúcar humano em 2023/24 aumentaria 2,3% para um recorde de 180 milhões de t. O USDA também previu que os estoques finais globais de açúcar em 2023/24 cairiam 15,2%, para uma baixa de cinco anos de 33,455 milhões de t.