A Copersucar registrou um dos melhores desempenhos de sua história na Safra 2024/25. A receita líquida alcançou R$ 62,3 bilhões, alta de 15,3% em relação à safra anterior, enquanto o lucro líquido subiu 43%, totalizando R$ 402 milhões. O resultado foi impulsionado pelo recorde nas exportações de açúcar, pelo forte crescimento na distribuição de etanol — especialmente no mercado norte-americano — e pela operação logística em plena capacidade.
“Mesmo num contexto desafiador no clima e no ambiente macroeconômico, fechamos esta safra com o terceiro maior resultado da nossa história. Isso é fruto de um olhar atento, muita gestão de risco e um assertivo posicionamento de mercado, e comprova a robustez e a força do Ecossistema Copersucar”, afirmou o presidente da companhia, Tomás Manzano.
Apesar dos extremos climáticos que afetaram o setor sucroenergético, a região Centro-Sul do Brasil registrou a segunda maior moagem da história, com 622 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. As usinas sócias da Copersucar ampliaram sua participação de mercado pelo sétimo ano consecutivo, com moagem de 107 milhões de toneladas, apresentando uma quebra de apenas 2,7% — inferior à média regional de 4,9%.
Ao todo, a Copersucar comercializou 15,6 milhões de toneladas de açúcar, com destaque para as exportações, que cresceram 21,4%. No etanol, o volume total comercializado atingiu 19,1 bilhões de litros. O crescimento nas vendas nos Estados Unidos foi de 23,4%, reflexo da entrada de novas destilarias parceiras — que passaram de 17 para 26 — e do desenvolvimento de contratos exclusivos de longo prazo pela Eco-Energy, que garantiram 15% de participação no mercado doméstico norte-americano de etanol.
No Brasil, as vendas de etanol também contribuíram para o resultado. A operação logística da Copersucar teve desempenho histórico, com seu sistema multimodal — que integra transporte rodoviário, ferroviário, dutoviário e marítimo — operando em plena capacidade e se consolidando como diferencial competitivo.
Transição energética e segurança alimentar
Na safra 24/25, o volume de etanol comercializado pela Copersucar no Brasil e nos Estados Unidos permitiu evitar a emissão de 26 milhões de toneladas de CO₂ equivalente — o mesmo que deixariam de emitir 12 milhões de veículos a gasolina em um ano, o equivalente a cerca de um terço da frota de veículos leves do país.
No âmbito do programa Renovabio, as usinas associadas à companhia geraram 6 milhões de CBIOs (certificados de descarbonização), equivalentes a 6 milhões de toneladas de CO₂ evitadas, representando um crescimento de 16% em relação à safra anterior.
No segmento de açúcar, o volume comercializado pela Copersucar nesta safra foi suficiente para alimentar 630 milhões de pessoas e chegou a 70 países, consolidando a empresa como a maior comercializadora de açúcar do mundo.
A companhia também fortaleceu sua atuação em energia renovável com a aquisição de 50% da empresa Newcom. Foram 6,7 mil GWh de energia gerados a partir de biomassa pelo Ecossistema Copersucar — volume suficiente para abastecer uma cidade como Rotterdam, na Holanda, por um ano.
Novos mercados
Diante da crescente relevância dos biocombustíveis na agenda global de descarbonização, a Copersucar vê oportunidades para expandir sua atuação em novas frentes, com foco em biogás, biometano e combustíveis sustentáveis para os setores aéreo (SAF) e marítimo (biobunker).
“Seguimos atentos para as oportunidades futuras, em especial com o biogás e o biometano, segmento em que já começamos a estruturar uma comercializadora para capturar as oportunidades desse mercado emergente, que, em nosso entendimento, será transformador para o País”, afirma Manzano.
O biometano, obtido pela purificação do biogás gerado a partir dos resíduos da cana-de-açúcar, tem preço competitivo em relação aos combustíveis fósseis e múltiplas aplicações — como em transporte, indústria, geração de energia e produção de fertilizantes — além de reduzir em mais de 90% as emissões de CO₂.
“O objetivo é, num prazo de cerca de 10 anos, a Copersucar agregar a produção de 2 a 4 milhões de metros cúbicos de biometano por dia. A operação deve seguir o mesmo modelo que a Copersucar tem em açúcar, etanol e energia elétrica: as usinas produzem e a companhia comercializa e distribui”, conclui o presidente.