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Datagro prevê queda de 9,4% na moagem de cana da safra 20214/25, que deve atingir 593 milhões de t
A estiagem, o plantio tardio, os incêndios, às chuvas irregulares e ataque de pragas como a murcha, vem impactando negativamente o rendimento das lavouras de cana-de-açúcar da safra 2024/25. Diante deste cenário, a Datagro prevê uma queda de 9,4% na produção de cana-de-açúcar para 2024/25, estimada em 593,01 milhões de toneladas. Como consequência, a produção de etanol deverá sofrer uma retração de 1,2%, para 33,18 bilhões de litros; e a de açúcar uma baixa de 8,8%, para 38,70 milhões de toneladas.
Os dados foram divulgados ontem, 21, no primeiro painel da 24ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, realizada em São Paulo. De acordo com o diretor da Datagro, Plinio Nastari, entre os principais problemas enfrentados pelos produtores estão a seca severa, que retardou o desenvolvimento das soqueiras e da cana-de-açúcar, além da proliferação de doenças como a murcha, que comprometeram a qualidade da matéria-prima. A seca também aumentou a incidência de queimadas, afetando áreas em desenvolvimento e prejudicando o andamento da produção.
José Guilherme Nogueira, diretor executivo da Orplana, as secas, especialmente na região Centro-Sul, agravaram a disseminação da murcha, uma praga que até então tinha baixa incidência. A falta de conhecimento sobre o combate à doença coloca os produtores em um dilema: erradicar áreas infectadas ou deixá-las sem produção por um período.
Como consequência dos impactos climáticos, os custos de produção agroindustrial deve aumentar. A Datagro projeta uma alta de 9,1% nos custos em relação ao período anterior, principalmente devido à perda de produtividade agrícola. José Guilherme Nogueira destacou que a área irrigada foi ampliada de 1,493 milhões de hectares na safra anterior para 1,720 milhões de hectares nesta temporada, na tentativa de salvar as áreas afetadas.
Nastari ainda destacou, durante o painel, que apesar das adversidades climáticas, o Brasil continua competitivo no mercado global, com custos de produção mais baixos que concorrentes como França, Índia e Tailândia. Ele ainda ressaltou a importância do mercado externo nos próximos anos, destacando que a Índia está incentivando a mistura de etanol na gasolina, podendo ainda expandir suas exportações, enquanto a Tailândia tem potencial para aumentar o plantio de cana devido aos preços favoráveis da commodity.