Carros das marcas Fiat, Jeep e Citroen poderão, em breve, produzir no Brasil veículos híbridos com etanol. A dona das marcas, Stellantis, afirmou ontem, 31, em entrevista com jornalistas, que espera conseguir desenvolver no Brasil, até o fim do ano, as primeiras tecnologias necessárias para a produção de veículos híbridos a etanol no país.
De acordo com o presidente da companhia para a América do Sul, Antonio Filosa, a Stellantis começou um projeto Bio-Electro em 2022 e está trabalhando para ter as primeiras tecnologias desenvolvidas dentro de casa até o final do ano.
Com três fábricas de veículos no Brasil, a Stellantis afirmou que planeja lançar 43 veículos na América do Sul entre 2021 e 2025, como parte de um plano de investimento de mais de R$ 16 bilhões. Além do Brasil, na região, o grupo tem duas fábricas na Argentina e uma parceria industrial no Uruguai.
O executivo não deu detalhes sobre quando o primeiro modelo híbrido elétrico do grupo produzido no país será lançado ou o investimento na tecnologia, mas revelou que Minas Gerais vai ser o epicentro disso (híbrido elétrico). “As competências que queremos realizar estão nos 1,5 mil engenheiros que temos aqui”, afirmou o executivo.
No mapa da companhia depois dos híbridos o objetivo são veículos totalmente elétricos e movidos a célula de combustível a etanol. Segundo Filosa, a Stellantis não pretende trazer kits de peças de outras partes do mundo para montagem dos veículos híbridos a etanol, preferindo optar pelo desenvolvimento local de fornecedores.
A empresa não precisará de novas fábricas para produzir veículos híbridos e elétricos no Brasil, mas, segundo Filosa, poderão ter que atualizar o parque fabril para isso.
A Stellantis foi criada há dois anos pela junção dos grupos FCA e PSA e lançou seu primeiro carro elétrico no Brasil, o compacto Fiat 500e, importado, em 2021. Atualmente, a companhia vende na América do Sul nove modelos híbridos e elétricos das principais marcas do grupo, incluindo um utilitário esportivo e vans comerciais.
Eles fazem parte de um conjunto de 24 veículos lançados pelo grupo nos últimos dois anos na região, onde atingiu participação de mercado de 23,2%, ante 22,9% em 2021.