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Entidades repudiam fala de presidente da Apex em viagem a China

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Foto Canavial/Ilustrativa (Crédito: Orplana)
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A fala do presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana (PT), a respeito dos problemas ambientais brasileiros em evento na China gerou muitas críticas por parte e entidades ligadas ao agronegócio, que viram a fala como contrária ao que o país desempenha, como maior produtor de alimentos do mundo.

A Apex-Brasil tem como  função apoiar empresários, atrair investimentos estrangeiros diretos, valorizar os produtos e serviços brasileiros lá fora. Por isso, as declarações do presidente da entidade sobre o agronegócio brasileiro diante de uma centena de empresários e autoridades em Pequim, reunidos no fórum Brazil-China Business, causou muito espanto.

Em sua fala na China, que contrastou com outros feitos por líderes de empresas brasileiras que enfatizavam práticas sustentáveis, além de dizer que o Código Florestal ainda não foi totalmente implementado, ele alegou que nos últimos 50 anos 21% da Amazônia foi desmatada.

“Quero dar números bem objetivos. Falei que 84 milhões de hectares foram desmatados. Para que essas áreas estão sendo usadas? 67 milhões de hectares para a pecuária; 6 milhões para agricultura de grãos. E 15 milhões (são) de floresta secundária”, disse.

“Nós, brasileiros, deveríamos parar de dizer fora do Brasil que o país não tem problema ambiental. Nós temos. Faz muito tempo”, afirmou em outro trecho do discurso, Viana.

A China hoje é o maior cliente do Brasil. Gastou US$ 91,3 bilhões em importações de produtos brasileiros em 2022, quase duas vezes o montante da União Europeia, com US$ 51 bilhões.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura no governo Bolsonaro,usou o Twitter para fazer críticas. “A Apex sempre promoveu as exportações, onde o agro é campeão. Que Apex é essa que acusa o agro de desmatar a Amazônia diante de nossos maiores clientes, na China? Querem derrubar de uma só vez a imagem do país, o saldo comercial e o PIB? É muita insensatez!”, afirmou.

A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) disse que a fala do presidente da Apex foi um “papelão”. De acordo com o presidente FPA, o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), disse que é “lamentável ver uma agressão clara ao nosso agro vinda de quem está à frente de uma instituição que tanto ajudou a promover nosso setor no exterior.”

Em nota, a FPA afirmou que o Brasil exportamos para mais de 200 países com qualidade, eficiência e  que atende a todos os protocolos sanitários, ambientais e de mercado. “O estrago vai além dos produtos agropecuários e atinge diretamente a imagem brasileira perante o mercado internacional”, destacou a FPA em nota.

A ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), por meio do seu presidente, Caio Carvalho, afirmou que se sentiu muito desconfortável com o posicionamento da Apex. “O contexto foi realmente muito negativo, mas acredito que a Apex vai reconsiderar o seu posicionamento. Tanto a ex-ministra Tereza Cristina quanto a FPA representam muito o que pensamos”, afirmou Carvalho.

CNA protocolou ofício ao governo brasileiro

A CNA  (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) protocolou ontem, 29, um ofício ao governo brasileiro contestando uma fala de Viana. Em documento encaminhado ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o presidente da CNA, João Martins, afirmou que viu com “preocupação” o posicionamento de Viana durante seminário em Pequim, onde ele “relacionou problemas ambientais com a produção agropecuária nacional”.

“A manifestação da Apex-Brasil, desabonando o setor (do agronegócio) que contribuiu, no último ano, com 47% das exportações brasileiras, soa, no mínimo, como um contrassenso aos objetivos da entidade”, afirmou Martins.

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