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Etanol

Etanol: preço deve seguir elevado ao longo da safra 2022/23

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Mesmo com que com a queda do preço do etanol registrado nos primeiros meses de 2022, a expectativa dos especialistas é de que não haja redução no preço do biocombustível ao longo do ano.

Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), mostram que enquanto o litro da gasolina comum alcançou o preço médio em fevereiro ao consumidor de R$ 6,60, pouco abaixo de janeiro, que foi de R$ 6,63, o litro do etanol, em fevereiro ficou em R$ 4,74 – no primeiro mês do ano, esse mesmo estava em R$ 5,03.

Com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a defasagem do valor do litro da gasolina se acentuou e chegou a 24% em relação ao mercado internacional, criando um impasse na decisão a ser tomada pela estatal sobre a questão. Segundo apuração da agência Reuters, executivos da Petrobras vão buscar esta semana a aprovação do governo para aumentar os preços dos combustíveis.

Crescimento da safra 2022/23 não será expressiva

O  preço do etanol normalmente ganharia competitividade com o aumento do preço da gasolina, mas a pequena recuperação na moagem de cana na safra 2022/2023 e o foco das usinas no açúcar, principalmente com aumento acentuado do valor da commodity, torna o cenário para os preços do biocombustível também com perspectiva de alta.

Em entrevista ao InfoMoney, Leonardo Alencar, head do setor de agro da XP Investimentos, disse crer em uma recuperação da produtividade esse ano, mas considera os números oficiais otimistas. “A expectativa é da recuperação da produtividade esse ano. Os números oficiais falam em aumento de 6% da produtividade, mas a São Martinho aponta 5%. Se a São Martinho, que é supereficiente e benchmarking do setor, recuperar 5%, a média setorial pode ser menor que isso”, avalia o analista, que projeta uma recuperação comedida dos canaviais.

Isso porque, de acordo com ele, a seca foi tão forte em 2021 que há uma preocupação sobre a questão da rebrota da cana para esse ano. Internamente, a grande dúvida é a questão da PEC (Proposta de emenda à Constituição) dos combustíveis. “Se reduzirem a tributação da gasolina, isso afeta o etanol, que terá de abaixar o preço. O que as usinas vão fazer? Elas têm sempre que escolher se vão produzir açúcar ou etanol. Do preço atual do açúcar a rentabilidade está muito boa, mas o etanol estava tão mais alto, que ainda valia a pena fazer etanol”, disse o especialista da XP.

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