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Exportação combinada de milho e soja em julho será a maior do ano, prevê Anec

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A exportação de milho, soja, farelo de soja e trigo do Brasil em julho foi estimada nesta quarta-feira, 5, em mais de 18 milhões de toneladas, o maior volume mensal de embarques combinados dessas commodities do ano, segundo relatório da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

O total a ser embarcado, predominantemente soja e milho, deverá superar em 3,36 milhões de toneladas o volume do mesmo mês do ano passado, avançando mais de 600 mil toneladas na comparação com junho. Os embarques previstos para o mês, que marca o início de maiores volumes de exportação de milho do Brasil, à medida que a colheita da segunda safra recorde ganha ritmo, deverão seguir testando as capacidades logísticas do país, que também está exportando milhões de toneladas de açúcar.

Diante de uma colheita abundante de cana, o Brasil exportou em junho mais de 3 milhões de toneladas de açúcar. O produto deve disputar espaço em alguns armazéns portuários com o milho nos próximos meses.

“As exportações de milho atingem o pico durante o segundo semestre de cada ano, após o início da colheita do milho safrinha.

As estimativas da Anec para julho já demonstram esta sazonalidade de exportação, com um salto de 1,23 milhões de toneladas em junho para 6,34 milhões de toneladas em julho”, disse a associação em relatório.

O aumento da exportação de milho na comparação mês a mês deve mais do que compensar uma redução dos embarques de soja em relação a junho, de 13,9 milhões para 9,44 milhões de toneladas previstas para julho. O total de milho exportado em julho também deve crescer 715 mil toneladas na comparação anual, disse a Anec, notando que os números, em uma primeira previsão, supõem condições ideais na programação de embarques e poderão ser revisados ao longo do mês.

Exportadores no Brasil, maior comercializador global de soja e milho, correm para despachar os produtos na medida em que crescem as expectativas de embarques desses grãos, cujas safras em 2023 foram revisadas para recordes cada vez maiores nos últimos meses.

A Anec agora estima as exportações de soja do Brasil em máxima história de 99 milhões de toneladas em 2023, versus 93 milhões de toneladas de uma previsão divulgada em maio. No caso do milho, a projeção agora é de 52 milhões de toneladas. Em 2022, o Brasil exportou 77,8 milhões de toneladas de soja e 44,7 milhões de toneladas de milho, segundo números da Anec, que diz que os números superlativos de 2023 se devem à “ótima safra deste ano”.

Considerando os embarques já realizados pelo Brasil desde janeiro e as projeções para julho, a exportação de soja nos sete primeiros meses do ano está prevista em 74,7 milhões de toneladas, enquanto a de milho em 15,9 milhões de toneladas. Isso indica que os embarques de milho vão acelerar nos próximos meses, concomitantemente a uma desaceleração da soja, para que as projeções sejam atingidas.

De janeiro a julho, as exportações de farelo de soja estão estimadas em mais de 13 milhões de toneladas, apontou o relatório da Anec nesta quarta-feira, estimando os embarques desse produto em 2,25 milhões de toneladas neste mês, acima dos 2,07 milhões de toneladas exportados há um ano e ligeiramente maiores do que os de junho (2,24 milhões de toneladas). Para julho, há ainda previsão de embarques de 38,5 mil toneladas de trigo.

Agribrasil carrega primeiro navio com milho no Tesc, novo canal de exportação de grãos

O primeiro navio para grãos do Terminal Portuário Santa Catarina (Tesc) está zarpando após receber 75 mil toneladas de milho, que terá como destino a Malásia, em operação que abre um novo canal de exportação para produtos agrícolas do Sul do Brasil, disse o CEO da Agribrasil, Frederico Humberg, à Reuters. A trading tem exclusividade para operar no local.

“Tudo funcionou muito bem no embarque e já tem mais dois ou três navios de milho alinhados para este mês”, destacou Humberg, que também é presidente do conselho de administração do Tesc, no qual a Agribrasil detém fatia majoritária.

Após investimentos de R$ 250 milhões para adequar o terminal a grãos – antes operava apenas na descarga de produtos siderúrgicos e fertilizantes, entre outros –, o Tesc poderá chegar a exportar 3 milhões de toneladas de soja ou milho por ano, dobrando a capacidade de exportação desses produtos pelo porto de São Francisco do Sul (SC).

Segundo o CEO da Agribrasil, o planejamento é trabalhar o segundo semestre todo com a exportação de milho, aproveitando a safra recorde brasileira.

“Temos volumes de vendas de 800 mil toneladas (de milho) para os próximos meses e já temos grande parte desse volume comprado. Amanhã (quinta-feira) chega mais um navio (para carregamento, dia 19 tem mais outro”, disse Humberg, também fundador da Agribrasil, trading que registrou forte crescimento nos últimos anos.

 

Roberto Samora, com reportagem de Letícia Fucuchima e Gabriel Araujo, informações da Reuters

 

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