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Fertilizantes: Mercado segue pressionado e relação de troca com grãos e açúcar piora

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O mês de julho trouxe novos desafios para os produtores rurais que dependem de fertilizantes. De acordo com o mais recente relatório do Itaú BBA, os preços seguem elevados, pressionados por fatores geopolíticos, demanda firme e custos das matérias-primas. Esse cenário, aliado à recente desvalorização do real, tende a piorar a relação de troca com grãos como soja, milho e algodão — o que significa que os agricultores precisarão de mais sacas para adquirir a mesma quantidade de insumo.

A ureia, por exemplo, iniciou o mês com forte valorização, motivada pelo conflito entre Israel e Irã e a interrupção do fornecimento de gás natural israelense ao Egito. O insumo chegou a subir mais de 100 dólares por tonelada, recuando apenas parcialmente após a trégua no conflito. Mesmo assim, permanece em um patamar elevado, girando em torno de USD 490/t CFR Brasil.

No mercado de fosfatados, a valorização segue firme. O MAP (fosfato monoamônico) chegou a USD 765/t CFR Brasil, acumulando alta de USD 130 por tonelada no ano. O principal motivo é o aumento contínuo nos preços do ácido fosfórico, além da oferta restrita e da demanda aquecida, tanto no Brasil quanto na Índia.

Já o mercado de potássicos permanece relativamente estável no Brasil, com preços na faixa de USD 360/t CFR. No entanto, acordos comerciais entre China e Índia vêm elevando o piso global do produto, o que pode refletir no mercado brasileiro nas próximas semanas.

Além dos preços externos, o câmbio também entrou na equação. A desvalorização recente do real frente ao dólar encarece os insumos importados, como os fertilizantes, e aumenta a pressão sobre os custos de produção. “No caso dos fertilizantes, que já estão em patamares altos, o impacto poderia vir em uma relação de troca com os grãos ainda pior”, destaca o relatório.

Segundo os dados do Itaú BBA, a quantidade de sacas de soja ou milho necessárias para adquirir uma tonelada de fertilizante voltou a subir, revertendo a tendência de alívio observada no início do ano. Esse movimento preocupa o produtor, que precisa reavaliar o planejamento da próxima safra diante do aumento no custo dos insumos.

Açúcar perde poder de compra frente aos fertilizantes

A relação de troca entre açúcar e fertilizantes também mostra deterioração em julho. Segundo os gráficos do Itaú BBA, os produtores precisam de mais toneladas de açúcar VHP para adquirir uma tonelada dos principais fertilizantes, como ureia, MAP e KCl, em comparação com os anos anteriores.

Apesar da leve recuperação recente nas cotações do açúcar, o ritmo de valorização dos fertilizantes e a pressão cambial superaram os ganhos do adoçante. Com isso, a relação de troca se afasta das médias históricas e indica menor poder de compra para os produtores do setor sucroenergético.

De acordo com os dados do Itaú BBA, em termos práticos, isso significa que, com o preço atual do açúcar, o produtor consegue comprar menos fertilizante do que conseguia em 2022 ou 2023. Essa deterioração reduz a atratividade para adubações mais intensivas e pode influenciar nas decisões agronômicas para as próximas safras.

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