Governo critica Tereos por cortes nos empregos do açúcar na França

A Tereos, maior produtora de açúcar e etanol da França, enfrentou uma reação dos sindicatos e do governo na segunda-feira,13, depois de anunciar que estava fechando suas atividades de açúcar em uma fábrica no norte da França, culpando uma queda esperada na produção de beterraba.

A alta dos preços do açúcar ajudou a Tereos, uma das maiores produtoras de açúcar do mundo em volume devido às grandes atividades no Brasil, a registrar fortes lucros no ano passado, mas as altas dívidas levaram o grupo a vender ativos em todo o mundo.

O grupo disse na semana passada que também planejava fechar uma destilaria e estava tentando vender uma fábrica de fécula de batata, ambas no leste da França. No total, os planos custariam 149 empregos, incluindo o fechamento de seu processamento de açúcar em Escaudoeuvres, no norte da França.

Desde a semana passada, os trabalhadores bloquearam a fábrica de Escaudoeuvres, que contém 40 mil toneladas de açúcar e sementes para a próxima safra, segundo fontes sindicais à Reuters.

Nesta época do ano na França, a colheita da beterraba sacarina e o processamento do açúcar terminaram para a temporada.

Apesar do aumento dos preços do açúcar, a área plantada com beterraba deve cair para o menor nível em 14 anos na França nas próximas semanas, já que a proibição do uso de pesticidas neonicotinóides prejudiciais às abelhas está impedindo os agricultores de plantar porque temem danos às colheitas.

A Tereos disse que seus cooperados se comprometeram com 10% menos de beterraba. O ministro da Indústria, Roland Lescure, disse que a decisão de interromper a produção de açúcar na fábrica era prematura. “Eles estão gritando ‘fogo’ quando não viram uma única faísca. Uma empresa que ganha dinheiro e que fecha uma fábrica, acho que isso não é normal”, disse Lescure em entrevista à uma rádio francesa. De outro lado, o ministro da Agricultura, Marc Fesneau, pediu na semana passada que a Tereos esclarecesse a lógica econômica por trás de sua decisão.

Informações da Reuters/Tradução RPAnews