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Incentivos farão Brasil priorizar biocombustíveis ante eletrificação, diz Vibra

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Para vice-presidente de operações da Vibra, os incentivos aprovados para os biocombustíveis no Combustível do Futuro ajudam a consolidar a vantagem dos biocombustíveis no país

O vice-presidente de Operações da Vibra Energia, Marcelo Bragança, disse acreditar que os incentivos aprovados para os biocombustíveis no projeto de lei Combustível do Futuro ajudam a consolidar a vantagem dos biocombustíveis no país em relação à eletrificação.

Em entrevista ao estúdio eixos na ROG.e nesta terça-feira, 24, Bragança reforçou que o projeto – que espera sanção do presidente Lula (PT) – deu-se de forma acertada. “A infraestrutura que você demanda para movimentar biocombustíveis é a mesma dos fósseis. Olhando para frente, para os biocombustíveis avançados, o Brasil tem tudo para ser um grande hub de produção”, afirmou.

Ele ressalta, ainda, que os elétricos precisam vencer o desafio da falta de infraestrutura de carregamento no país. “O posto de combustível você encontra em qualquer esquina ou nas rodovias de forma fácil. Por isso, eu acho que o combustível líquido com um conteúdo maior de biocombustível ainda vai prevalecer”, opinou.

A Vibra também tem investido em pontos de recarga e, segundo o executivo, a estimativa é que o mercado de elétricos corresponda a 25% da venda de carros em 2030. “Nós escolhemos 9 mil quilômetros de rodovias no país para instalar carregadores de alta velocidade, no qual com 15 minutos você consegue dar uma carga completa”, disse.

Pelo texto aprovado no Congresso Nacional, o Combustível do Futuro prevê o aumento do limite da mistura de etanol de 27,5% para 35%, enquanto o biodiesel pode sair de 15% para 25%. Em ambos os casos, qualquer aumento para além dos limites atuais dependerá de estudos de viabilidade técnica.

Crescimento da demanda

Segundo Bragança, a expectativa é que, em 2030, a demanda brasileira por combustíveis vai chegar a 165 bilhões de litros, entre fósseis e renováveis. Como comparação, em 2023 essa demanda foi de 141 bilhões de litros. “Os fósseis têm um crescimento de 10% no período e os renováveis de 35%”, disse.

Na visão do executivo, o Brasil precisa ampliar o investimento e diversificar modais de transportes para os combustíveis. Para tanto, ele acredita que é importante que o governo continue com as concessões de infraestrutura que tem feito nos últimos anos para portos, rodovias e ferrovias. A melhoria da qualidade das vias para o transporte de cargas também ajuda na redução de emissões dessa cadeia.

“Um exemplo que eu cito bastante é o da cabotagem. Hoje, o biodiesel é produzido na região Centro-Oeste, mas é misturado no país inteiro. Nós desenvolvemos uma rota de cabotagem, carregando no Rio Grande do Sul e levando até o porto de Suape (PE), de onde é distribuído para o Nordeste”, relata.

No ano passado, a companhia ganhou um leilão por uma área no Porto de Maceió (AL). A empresa está investindo na ampliação do terminal para receber diesel por cabotagem. Além disso, a Vibra também inaugurou recentemente um terminal em Santarém (PA), que vai receber navios de larga escala com produtos importados ou nacionais, via cabotagem, para suprir o Pará e o norte do Mato Grosso. Eventualmente, esse terminal pode atender também ao mercado do Nordeste.

“Uma rota que a gente está desenvolvendo a partir dele é subir com o etanol de milho produzido no norte do Mato Grosso e, a partir desse terminal, cabotar para o Nordeste. A gente consegue, na época da entressafra de etanol no Nordeste, chegar via cabotagem. É mais competitivo do que levar rodoviário, de outras regiões, além de todo o benefício da redução das emissões”, concluiu.

Com informações da Agência Eixos
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