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Indústria de etanol norte-americana poderá ser impulsionada com lei climática
A indústria do etanol dos Estados Unidos poderá sofrer um novo boom com a nova lei climática, assinada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que permitirá uma grande expansão de créditos fiscais para empresas que capturam e armazenam emissões de carbono.
A Lei de Redução da Inflação (em inglês com a sigla IRA) assinada por Biden na última terça-feira, 16, expande significativamente os créditos fiscais para projetos industriais que capturam emissões de dióxido de carbono, o principal gás culpado pelas mudanças climáticas, e o armazenam no subsolo ou o usam como bloco de construção para outros produtos.
A indústria de etanol norte-americana espera usar a tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS), auxiliada por uma rede de dutos de transporte de carbono em todo o Centro-Oeste, para atingir a meta de emissões líquidas zero até 2050. A tecnologia pode ajudar as usinas fabricantes de etanol a posicionar seu produto como um combustível verde contra o pano de fundo da eletrificação da frota de veículos.
Geoff Cooper, presidente e CEO do grupo de comércio de etanol Renewable Fuels Association, disse à Reuters que a lei é “o compromisso federal mais significativo com biocombustíveis de baixo carbono desde que o Renewable Fuel Standard foi expandido há 15 anos”.
A Lei de Redução da Inflação permite que empresas que possuam e operam equipamentos CCS coletem até US$ 85 por tonelada, acima dos US$ 50, de carbono capturado que é armazenado no subsolo, e US$ 60 por tonelada, acima dos US$ 35, de carbono capturado que é usado em outros processos de fabricação ou para recuperação de petróleo.
Rede de dutos para transportar emissões
Um conjunto de projetos que podem se beneficiar dos créditos ampliados é uma rede de dutos proposta no Centro-Oeste para capturar e transportar emissões de usinas de etanol.
Três empresas – Summit Carbon Solutions, uma subsidiária do Summit Agricultural Group, com sede em Iowa; Wolf Carbon Solutions, uma afiliada da Wolf Midstream, com sede em Alberta; e a Navigator CO2 Ventures, uma subsidiária da Navigator Energy Services, com sede no Texas – esperam operar mais de 5.800 km de dutos de usinas de etanol em seis estados até locais de armazenamento subterrâneo.
De acordo com a apuração da Reuters, os projetos podem capturar até 39 milhões de toneladas de carbono anualmente, potencialmente tornando-os elegíveis para mais de US$ 3,3 bilhões em créditos fiscais. Os dutos estão em diferentes estágios do processo de licenciamento em cada estado e a dissensão generalizada entre os proprietários de terras ao longo das rotas de oleodutos propostas ainda representa um obstáculo para os projetos à medida que avançam.
Em declarações à Reuters, as três empresas aplaudiram a Lei de Redução da Inflação e sua inclusão dos créditos ampliados. De acordo com Jessie Stolark, gerente de políticas públicas e relações com membros da Carbon Capture Coalition à Reuters, a produção de etanol se presta bem a projetos de captura de carbono porque o processo de fabricação emite um fluxo puro de dióxido de carbono. “Eles foram os pioneiros de várias maneiras”, disse Stolark.
Tradução Natália Cherubin para reportagem de Leah Douglas da Reuters
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