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Infestação de broca aumenta custos de processamento de açúcar e etanol
Estudo mostra que presença da praga eleva em 6% os custos do açúcar e em 8,5% o do etanol
Uma planta de cana-de-açúcar com infestação de broca de 8,5% tem um custo de processamento do açúcar branco 6% maior do que uma cana com zero infestação (R$ 231 contra R$ 218 por tonelada). Na produção de etanol, a infestação de 8,5% resulta em um custo de processamento ainda maior: R$ 285 por tonelada contra R$ 235.
Os números são dois exemplos de um estudo inédito realizado pelo Pecege Consultoria e Projetos, em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). O levantamento mostra o custo agroindustrial em função da eficiência fermentativa e qualidade da cana. Quanto maior o índice de infestação, menor a qualidade.
A broca-da-cana (Diatraea saccharalis) é a principal praga da cultura. A lagarta jovem alimenta-se, inicialmente, das folhas para depois penetrar pelas partes mais moles do colmo, causando a perda de qualidade da matéria-prima do açúcar e do etanol.
Controle
“Este levantamento reforça a relevância de compreender os danos causados pela praga e os impactos econômicos no setor sucroenergético. Os dados obtidos não apenas quantificam as perdas, mas também evidenciam a necessidade de estratégias mais eficazes de controle e mitigação”, disse em nota Haroldo Torres, do Pecege Projetos.
Ricardo Neme, gerente de marketing do CTC, destaca que uma tecnologia desenvolvida pelo CTC e aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) apresenta uma eficácia de controle da broca-da-cana acima de 95%, praticamente zerando os danos causados pela praga tanto na área agrícola quanto no processamento industrial. Trata-se da Cana Bt, a primeira tecnologia de cana geneticamente modificada, apresentada em 2017.