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Irrigação por gotejamento é eficiente para mitigar impactos dos altos custos de fertilizantes

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Por Daniel Pedroso

O ano de 2022 está sendo muito desafiador para o setor sucroenergético. Mesmo com a alta nos preços, o custo de produção se tornou um grande empecilho para os fornecedores e usinas de todo país. Um dos grandes causadores do aumento de custo é a alta dos fertilizantes causados pela alta do petróleo, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a taxa de câmbio.

Uma das maneiras de se mitigar a alta dos custos de produção é aumentar a produtividade, em uma técnica chamada de Verticalização da Produção. Para isso, o sistema de irrigação por gotejamento pode ajudar, pois é o único sistema que consegue aumentar a produtividade em média 50%.

Além disso, o gotejamento possui outra característica fundamental, o uso da fertirrigação, ou seja, a disponibilização de nutrientes via água de irrigação. A fertirrigação possui muitos benefícios quando comparados a adubação sólida mecanizada. Uma delas é que com a fertirrigação o fertilizante já está dissolvido e pronto para ser utilizado pelas plantas, quando realizamos a adubação sólida, primeiramente o fertilizante tem que ser dissolvido (por chuvas) e somente após isso que ficará disponível para as plantas.

Além disso, com o gotejamento, nós temos acesso às raízes da planta todo o ciclo, sendo possível atender a curva de extração de nutrientes da cultura, ou seja, aplicar o nutriente que a planta precisa, quando ela precisa. Conforme observado no gráfico da curva de extração abaixo.

Seguindo dessa maneira, nota-se claramente a maior eficiência de absorção nutricional de canaviais que usam a fertirrigação em relação aos que utilizam a adubação sólida. Como podemos observar nos cases abaixo:

 

 

Nesse primeiro, realizado no estado do Mato Grosso do Sul, em um ano chuvoso, foram aplicados 150 kg de N; 180 kg de Fósforo e 160 kg de Potássio em canaviais irrigados por gotejamento, via fertirrigação e a mesma quantidade, via adubação sólida, em canaviais de sequeiro, observamos nos resultados que a eficiência, ou seja, a conversão kg de fertilizante para produzir 1 tonelada de colmo foi muito melhor no canavial irrigado. As plantas irrigadas precisaram de menos fertilizante para produzir 1 tonelada de colmo.

Sendo que esses números se repetem na região Oeste de São Paulo, desta vez com um déficit hídrico maior. Onde observamos que mesmo utilizando mais fertilizantes por hectare (150 kg de Nitrogênio; 52 kg de Fósforo e 160 kg de Potássio no sistema irrigado e 100 kg de Nitrogênio; 50 kg de Fósforo e 100 kg de Potássio, no sequeiro) a eficiência foi maior no sistema irrigado.

 

Além disso, outra característica importante em se utilizar a fertirrigação é a redução dos custos de produção. Podemos observar na simulação abaixo, que apesar de uma área irrigada por gotejamento apresentar um maior custo de fertilizantes por hectare, com o aumento de produtividade, observamos que o custo de produção (R$/ton de cana) é menor.

 

Como se não bastassem essas vantagens, com o gotejamento ainda é possível realizar a injeção de vinhaça, na proporção 5% de vinhaça com 95 % de água de maneira rápida e eficiente. Reduzindo ainda mais os custos de produção do canavial.

*Daniel Pedroso é especialista Agronômico da Netafim Brasil

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