Adoção de bioinsumos deve ser a grande geradora de sustentabilidade para o agronegócio
Com uma área potencial tratada de mais de 156 milhões de hectares na safra 2024-2025, os bioinsumos são uma realidade nas lavouras brasileiras. A sustentabilidade agregada ao setor pela tecnologia foi tema de debate no Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025, realizado no Allianz Parque, em São Paulo (SP). Eduardo Leão, diretor-presidente na CropLife Brasil (CLB), associação que representa a indústria de pesquisa e desenvolvimento de bioinsumos, mediou o painel.
Com o tema “Intensificando a Sustentabilidade do Agronegócio e a Megatendência dos Bioinsumos”, Leão levantou questões sobre o papel dos bioinsumos na agricultura brasileira, o potencial das novas tecnologias para aumentar a produção de alimentos e a importância do manuseio adequado para garantir a eficácia para os debatedores.
O executivo destacou a crescente adoção da tecnologia no país: “Hoje, no Brasil 26% das terras cultivadas já utilizam bioinsumos, e isso ocorre porque o produtor percebeu que é uma tecnologia sustentável e que está dando retorno,” afirmou. Ele acrescentou a dimensão que o mercado brasileiro assumiu com o aumento da adoção da tecnologia: “atualmente, o uso de produtos biológicos no campo é quatro vezes superior à média global,” informou Leão.
Cláudio Brisolara, economista da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (FAESP), destacou o potencial transformador dos bioinsumos: “Têm capacidade de levar a agricultura brasileira para outro patamar. Nós temos um potencial de biodiversidade escondido no Brasil e estamos apenas no começo. Para melhorar a qualidade e aumentar a produção é preciso capacitar e educar as pessoas sobre a utilização,” apontou Brisolara, um dos painelistas,
Para Frédéric Beudot, líder global de biológicos da Corteva, os bioinsumos contribuem para a mitigação de pragas e possibilitam a produção de mais alimentos, especialmente em um cenário de crescimento populacional e aumento da demanda por alimentos. “Os bioinsumos deixam de ser uma tendência e passam a ser uma necessidade no campo”, afirma o executivo da Corteva, uma das associadas à CropLife Brasil.
Além deles, a diretora de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Edilene Cambraia, e o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, também participaram do painel.