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Maurilio Biagi Filho lamenta fechamento a Usina Santa Elisa em carta emocionada

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A descontinuidade das operações da tradicional Usina Santa Elisa, em Sertãozinho, anunciada ontem (15), provocou forte comoção na região e mobilizou figuras históricas ligadas ao desenvolvimento do setor sucroenergético no Brasil. Um dos primeiros a se manifestar foi o empresário Maurilio Biagi Filho, que divulgou uma carta aberta carregada de emoção, memória e esperança.

A decisão de paralisar por tempo indeterminado as atividades da usina foi recebida por Biagi “com tristeza”, como declarou no início do texto. A Usina Santa Elisa foi adquirida por sua família em 1936, tornando-se símbolo da industrialização do interior paulista e um dos maiores ícones do setor no país.

“Essa usina faz parte da minha história pessoal e da história da nossa região”, escreveu Biagi. Ele relembrou sua trajetória desde os tempos de juventude, quando trabalhava no armazém da usina, até alcançar a presidência e conduzir a empresa a um patamar de destaque global. Em 1998, sob sua liderança, a Santa Elisa chegou a ser a usina com maior volume de moagem do mundo, com mais de 7 milhões de toneladas processadas por safra.

Leia também: Raízen desativa Usina Santa Elisa e vende 3,6 milhões de toneladas de cana por R$ 1 bilhão

O empresário também destacou a relevância da Santa Elisa na formação profissional e humana de milhares de trabalhadores. “A Santa Elisa foi uma escola para tantos. Muitos que passaram por lá ajudaram a construir não só essa empresa, mas outras que nasceram a partir dela”, afirmou.

Biagi deixou a gestão da companhia há 25 anos e a sociedade há 20, mas diz manter intacto o orgulho pelo legado construído. Em sua carta, demonstrou preocupação com os impactos sociais da paralisação, especialmente sobre os colaboradores, fornecedores e a comunidade local. Ainda assim, escolheu olhar para o futuro com esperança.

“Mais do que um empreendimento, a Usina Santa Elisa representa um patrimônio imaterial valioso — de memória, de pertencimento, de vínculos afetivos e sociais”, escreveu. “Tenho a convicção que os atuais proprietários tomaram a decisão certa para o momento, com todo o cuidado e respeito pelas partes envolvidas.”

A manifestação de Biagi foi motivada, segundo ele, pelo grande número de ligações e mensagens recebidas desde o anúncio, vindas de amigos, ex-colegas e jornalistas. “Cada um com uma lembrança, com uma história para ser compartilhada”, descreveu.

O encerramento temporário da Santa Elisa marca o fim de um ciclo importante para Sertãozinho, cidade que construiu sua identidade industrial em torno da usina. Para muitos, como Biagi, ela representa mais do que uma planta industrial — é um capítulo fundamental da história econômica, social e afetiva da região.

“A Santa Elisa pode ter encerrado temporariamente suas atividades, mas o que ela construiu jamais será apagado”, concluiu o empresário, encerrando sua carta com um apelo à coragem, à resiliência e à fé em tempos de transformação.

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