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Mercosul e União Europeia anunciam acordo de livre comércio: como isso afeta agro e setor canavieiro?

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O acorde deverá abrir muitas portas para o agronegócio brasileiro e impactar no PIB

O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia foi anunciado oficialmente nesta sexta-feira, 6, após a reunião dos líderes dos blocos na cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai. A assinatura do acordo vai acontecer depois que os textos passarem por uma revisão jurídica e de serem traduzidos para os idiomas oficiais dos países envolvidos. O anúncio, portanto, significa que as negociações entre os dois blocos estão encerradas.

Iniciadas em 1999 e paralisadas depois de um acordo inicial alcançado em 2019, as conversas foram retomadas nos últimos meses a pedido da Comissão Europeia, que determina a política comercial para toda a UE. Cinco anos depois do primeiro compromisso, a medida não havia saído do papel desde então por pressão dos europeus.

Parte dos países da UE, em especial a França, não é favorável a uma abertura de mercado que beneficie competidores do Mercosul. Agricultores europeus, principalmente os franceses, têm se manifestado contra a aprovação do acordo. A França é um dos maiores produtores agrícolas da UE e deve ser bastante prejudicada pelo acordo, já que a América do Sul tem grandes produtores de grãos e alimentos.

Os trabalhadores alegam que haveria uma concorrência desleal, já que, segundo eles, a produção desses alimentos no bloco sul-americano não está submetida aos mesmos requisitos ambientais e sociais, nem às mesmas normas sanitárias em caso de controles defeituosos que a europeia.

Em entrevista coletiva, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o acordo com Mercosul é vitória para Europa. “Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas, de ambos os lados. Estamos focados na justiça e no benefício mútuo. Ouvimos as preocupações de nossos agricultores e agimos de acordo com elas. Este acordo inclui salvaguardas robustas para proteger seus meios de subsistência”, disse von der Leyen.

A presidente destacou que os padrões de saúde e alimentos da União Europeia permanecerão “intocáveis” e que os exportadores do Mercosul deverão cumpri-los rigorosamente. “Esta é a realidade de um acordo que economizará 4 bilhões de euros em taxas de exportação por ano para empresas da União Europeia”.

Agora, mesmo com o acordo assinado, ainda será necessário passar o texto final pela aprovação dos Legislativos dos países do Mercosul, do aval do Conselho Europeu (27 chefes de Estado ou de governo) e do Parlamento Europeu (720 votos).

Agro e setor canavieiro se beneficiarão

Haroldo Torres, sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos, disse à RPAnews, que é um dia de comemoração. “Hoje é um dia histórico, afinal, o acordo é muito importante para o agronegócio brasileiro e trará muitos benefícios a cadeia produtiva.

Torres aponta que um dos grandes ganhos será o acesso tarifário preferencial com cotas de exportação para produtos agrícolas brasileiros com tarifas reduzidas ou zeradas. “Por exemplo, o acordo prevê tarifa zero para exportação de produtos como frutas e café. Prevê também cotas importantes de exportação com tarifas reduzidas para produtos como carne bovina, suína e etanol”, adiciona Torres.

O segundo ganho será em competitividade no mercado europeu, afinal, o Brasil terá redução de barreiras tarifarias de produtos, tornando-se mais competitivo em relação a outros países exportadores. “O Brasil poderá mostrar sua competência acessar o mercado europeu”, disse.

Terceiro grande ponto, segundo o sócio-diretor do Pecege Projetos, é a diversificação de mercados. Com isso o Brasil amplia seus mercados para os produtos agrícolas. O acordo também vai diversificar as exportações brasileiras, o que significa integração econômica das cadeias globais de valor e maior atração de investimentos.

“Além disso, passamos a entrar em um mercado de mais qualidade e mais exigente. É um golaço para o agronegócio! Sabemos que é apenas a primeira etapa, ainda há muita coisa para rolar de baixo dessa ponte, mas o agronegócio vai se beneficiar e não só isso, o Brasil também. Estima-se um impacto positivo de quase 0,34% sob o PIB brasileiro”, concluiu Torres à RPAnews.

Natália Cherubin com informações do G1
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