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Mobilidade: consumo de etanol hidratado tem potencial para crescer no Brasil

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Estudo realizado pela Copersucar aponta uma combinação de fatores para o crescimento do consumo de combustíveis na próxima década e a expansão do etanol hidratado como solução viável e de baixo custo

Pioneiro no desenvolvimento do etanol e do veículo flex, o Brasil vive um momento estratégico para expansão do consumo de biocombustíveis e está pronto para um novo salto de utilização do etanol hidratado como solução viável, disponível e de baixo custo para a descarbonização dos transportes.

De acordo com a Copersucar, que analisou indicadores de Mobilidade, o consumo de combustíveis do Ciclo Otto (motores de combustão interna que funcionam a partir da gasolina e do etanol) no Brasil continuará crescendo e deve superar 70 bilhões de litros por ano na próxima década, com oportunidade relevante para o aumento da participação do etanol, que já desempenha um papel fundamental na matriz energética do País.

O estudo aponta uma mudança significativa na matriz de mobilidade brasileira com migração do uso de transportes coletivos (especialmente ônibus e trens metropolitanos) para transportes individuais (veículos próprios e por aplicativos) nos últimos 7 anos.

Influenciada por fatores como conforto, insegurança, tempo de viagem e preço, a participação do ônibus na preferência de mobilidade dos usuários caiu de 49% para 34% no período, enquanto o uso de veículos próprios cresceu de 22% para 30% e a de veículos por aplicativos, praticamente inexistente em 2017, já representa mais de 11%, mesma relevância alcançada pelas motocicletas.

O transporte por aplicativos e entregas já responde atualmente por 15% do consumo total de combustíveis do Ciclo Otto (motores de combustão interna a gasolina e etanol), fenômeno que também impacta a distância média anual percorrida por veículo, que aumentou de 13 para 14,5 mil quilômetros, impulsionada principalmente pela expansão dos aplicativos de transporte cujos veículos rodam de 3 a 5 vezes mais que os carros particulares.

Atualmente, 83% dos mais de 42 milhões de veículos da frota brasileira são flex (podem funcionar com etanol hidratado e gasolina). No entanto, mais de 70% desses veículos ainda são abastecidos com gasolina ao invés de etanol hidratado na preferência dos consumidores, quadro que a Copersucar acredita que deve se alterar nos próximos anos em função do arcabouço atual de políticas públicas voltadas para a eficiência energética e a descarbonização, do compromisso do país com os biocombustíveis e de campanhas de educação e esclarecimento do consumidor sobre os benefícios econômicos, sociais e ambientais do etanol.

“Desde a implementação do carro flex em 2003, a substituição da gasolina C por etanol hidratado evitou a emissão de cerca de 280 milhões de toneladas de COeq, o que contribuiu significativamente para a melhoria da qualidade do ar”, explica Tomas Manzano, presidente da Copersucar.

O estudo também aponta que a velocidade de renovação da frota brasileira está mais lenta: veículos com idade acima de 11 anos de utilização que representavam cerca de 30% da frota em 2015, já representam atualmente mais de 50%, aspecto importante onde o etanol também pode contribuir, ainda mais, para a redução de emissões.

A Copersucar projeta que, mesmo num cenário hipotético onde os eletrificados representassem 50% de todas as vendas de veículos novos até 2035, a frota flex ainda continuaria dominante, representando pelo menos 75% do total de veículos em circulação e que a cada 10% de aumento na participação de uso do etanol hidratado sobre a gasolina na preferência dos consumidores evitaria a emissão de cerca de 6 milhões de toneladas de COeq e representaria aproximadamente 5 bilhões de litros de demanda adicional do biocombustível.

“A maior utilização do etanol na frota passa por um aspecto de avanço de conscientização dos consumidores. Os temas de sustentabilidade e emergência climática estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas e isso sem dúvida também contribuirá para que, além do aspecto do preço, o consumidor também passe a valorizar os atributos ambientais, sociais e de desenvolvimento do país”, acrescenta Manzano.

Sob o aspecto econômico, o Brasil importou cerca de 48 bilhões de litros de gasolina para suprir o mercado doméstico. Se não existisse o etanol na matriz de combustíveis, teria importado quase 6 vezes mais (430 bilhões de litros), o equivalente a mais de 300 bilhões de dólares em divisas (praticamente equivalente às atuais reservas do País).

Para a companhia, o Brasil possui um conjunto robusto de políticas públicas estruturais e de longo prazo, com foco em eficiência energética e descarbonização que incentivam o uso dos biocombustíveis como o RenovaBio, o Combustível do Futuro e o Mover.

“Vivemos um momento chave, com condições viáveis e concretas para acelerar a estratégia de descarbonização do país e consolidar o Brasil como líder da transição energética mundial e o etanol, com 50 anos de experiência, produtividade, tecnologia e infraestrutura de produção e distribuição, está pronto para contribuir ainda mais”, finaliza Manzano.

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