Fatores incontroláveis podem comprometer a evolução e a sustentabilidade dos projetos. Como atuar de forma estratégica para mitigar ameaças e impulsionar a expansão do setor?
As projeções para a expansão do etanol de milho no Brasil são animadoras: um levantamento do Itaú BBA indica que os projetos em pauta demandam investimentos na ordem de R$ 20 bilhões. Esse movimento reflete a confiança dos investidores, mas a alta expectativa de retorno também pede uma abordagem robusta de gerenciamento de riscos.
O contexto é repleto de incertezas que vão além das variáveis operacionais tradicionais. A oscilação de taxas de juros e a variação cambial podem afetar os custos e o retorno dos investimentos. Já as tensões geopolíticas podem afetar cadeias de suprimentos, preços de commodities e políticas comerciais.
Essa volatilidade exige estratégias personalizadas para ajudar as empresas a mitigarem riscos. Por exemplo, implantar ferramentas para identificar uma ampla gama de riscos financeiros, operacionais e de mercado que podem impactar os projetos de etanol. Além disso, trabalhar para garantir que as empresas estejam preparadas para enfrentar incertezas e possam continuar operando mesmo diante de crises.
Outro ponto de atenção é o impacto das mudanças climáticas no setor. Estudos e modelagens climáticas têm se tornado fundamentais para prever cenários futuros e entender como eventos extremos podem afetar a produção de etanol, além de orientar estratégias de mitigação como a diversificação de culturas e a adoção de tecnologias sustentáveis.
Até mesmo a carência de mão de obra especializada pode ser um entrave. Atrair e reter talentos, especialmente em regiões desafiadoras e remotas, exige uma política de recursos humanos que vá além do aspecto financeiro, considerando também a qualidade de vida e as expectativas da nova geração. Uma consultoria de desenvolvimento organizacional focada nas particularidades do agronegócio pode fazer toda a diferença.
Esses cuidados, somados a uma revisão contínua das estratégias, permitem que o capital investido não fique exposto a perdas desnecessárias. Assim, as iniciativas podem prosperar mesmo diante de um cenário mundial incerto.
*Raphael Juliace Magalhaes, Líder de Agronegócios na Marsh Brasil