Home Agrícola [Opinião] Irrigação se faz com chuvas
AgrícolaOpiniãoPopularÚltimas Notícias

[Opinião] Irrigação se faz com chuvas

Compartilhar

Desde que o agricultor da antiguidade começou a ocupar as regiões tropicais do globo terrestre e nela desenvolver a agricultura, a irrigação passou a ser apenas um complemento para os períodos sem chuvas. Ou seja, a água passa a ser preocupante apenas nos períodos em que ela é escassa.

Com esse conceito, foram criadas duas vertentes que começaram a se desenvolver de maneira separada, a agricultura irrigada e a agricultura de sequeiro. Cada uma evoluindo com as tecnologias próprias e momentos próprios. Contudo, devido a anomalias climáticas cada vez mais recorrentes e à necessidade de ser mais eficiente na produção agrícola, as duas vertentes, antes separadas, começaram a unir forças, aumentando progressivamente a área irrigada no país.

Essa evolução está cada vez mais presente nos fatores de produção brasileiros. Antes, o que era proibitivo está hoje em praticamente todas as discussões técnicas, e até mesmo estudos são realizados para demonstrar o grande potencial de área irrigável no país.

Diferentemente de uma chuva, que pode transformar um solo seco em úmido em poucas horas, sem controle por parte do produtor e de forma repentina, qualquer que seja o sistema de irrigação escolhido deve passar por um mínimo de planejamento para ser utilizado. E o momento para fazer esse planejamento é agora, no período chuvoso.

Decréscimo de produtividade de cana de açúcar em áreas de sequeiro

Normalmente, o produtor brasileiro é reativo e imediatista, ou seja, espera pelo problema para depois corrigir, e muitas vezes essa característica impede de mitigar um problema que provavelmente irá se repetir: a seca.

Uma boa irrigação não se inicia simplesmente ao apertar o botão “ligar”, mas sim muito antes, no planejamento. Planejar não é apenas decidir se vai irrigar ou não, mas definir a área a ser irrigada, estabelecer objetivos em relação à irrigação, estruturar um manejo e, por último — e não menos importante —, adquirir um sistema de irrigação adequado.

Com essas informações em mãos, inicia-se a negociação comercial, a instalação e, finalmente, a pressurização do sistema. Ter a “consciência de irrigante” não é apenas fornecer água à cultura; isso seria “molhação”. É preciso compreender que a água é um insumo de produção e, como tal, é necessário planejar seu uso e, com parâmetros técnicos, saber quanto e quando aplicá-la.

 

*Daniel Pedroso, especialista agronômico sênior da Netafim Brasil

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas NotíciasTemos Vagas

Raízen tem inscrições para 400 vagas de aprendiz até domingo, 30/11

A Raízen tem inscrições para mais de 400 vagas de aprendizes nos...

Últimas NotíciasDestaque

Açúcar sob pressão global, enquanto etanol ganha espaço e deve atrair mais mix em 2026/27, aponta Itaú BBA

Com oferta internacional farta derrubando preços do açúcar e demanda firme impulsionada...

raízen
Últimas Notícias

Raízen avança para vender ativos acima de US$ 1 bilhão na Argentina, dizem fontes

Plano de desinvestimento da Raízen mira reduzir a dívida da gigante de...

O Brasil tem uma oportunidade inédita de dar um novo salto de produtividade agrícola graças ao incremento de 20% projetado para a demanda global de alimentos em 10 anos. No entanto, para isso precisa uma estratégia nacional integrada, que ainda precisa ser construída.
Últimas Notícias

“A COP30 foi muito melhor do que esperávamos”, afirma Roberto Rodrigues

O ex-ministro da Agricultura e coordenador-geral do FGVAgro, Roberto Rodrigues, afirmou durante...