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Opinião: Para cada R$0,05 que cai o preço do ATR, faça 4 t de cana a mais por hectare

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As perspectivas de mercado para 2026 vem desanimando quem produz cana, sejam eles produtores ou usinas. Todas as previsões que vi até o momento, indicam para baixas de preço. Longe do patamar de 1,15 a 1,20 R$/kg para o Consecana/SP que vimos nos últimos 4 anos. Inclusive, a do Pecege Consultoria e Projetos, que estima valores próximos a 1,05 R$/kg para esta safra e a seguinte. Estamos sendo considerados otimistas.

Mas, esta não é uma postagem sobre vaidade de consultorias, para ver quem é o bom do chute modelado. Na verdade, é sobre alternativas. Levando até um certo tom de esperança. E a principal alavanca que temos para compensar a queda de preços é produzir mais hectare (ou alqueire, como queira). Sim, a produtividade deve ser nossa resposta.

E quanto a isso o setor está animado. De forma geral, as chuvas nesse final de ano vêm acontecendo. Vamos torcer para continuem assim. As rebrotas das soqueiras estão bonitas. Tem mais cana de primeiro corte no jogo, puxando a produtividade média pra cima. Tudo indica que teremos um bom volume de produção. O jogo não esta perdido.

Obvio que os pessimistas vão dizer: mais cana, menos preço. Eles têm razão. Lei suprema da oferta e da demanda (ainda que ela tenha falhado em 23/24). Mas, como já disse, essa é uma postagem de otimismo. Quiser negativismo, ligue a TV.

Voltando… quanto temos que produzir a mais para manter o nível de receita por hectare? Claro que vamos cair no depende do agrônomo, pois nem só de TCH vive o bolso do produtor. A qualidade também é importante. Mas, para fins didáticos, vamos usar a ilustração que segue a postagem.

Se considerarmos um ATR de 135 kg/t, uma queda ou aumento de 0,05 R$/kg, exige uma compensação de 4 t/ha, para mais ou para menos, respectivamente, para manter a receita por hectare. Que, no caso do meu exercício, foi em torno de 11.400 R$/ha. Observe que os valores não batem exatamente. Deve ter alguma relação polinomial sacana aí pro meio. Mas, meu objetivo não é ser exato. É dar um norte de valores. E esse norte é: produza 4 t de cana a mais por hectare para cada 0,05 R$ que o preço do ATR cair.

Eu sei, não é simples. Quem diria fosse tão fácil como o meu Excel.. Mas, não podemos desanimar. Já fizemos 85 de TCH em safras passadas. Por que não de novo? Junte essa esperança com uma boa gestão de custos e vamos passar por mais essa. Em termos de preços, não será o primeiro, tampouco o último ciclo de baixa. Essas barrigas em uma série histórica são normais. Que para falar a verdade, estamos mais revisitando uma média de preços reais do que “beijando” momentos de baixa. Mas, isso é papo para outra postagem.

 

*João Rosa, o Botão é engenheiro agrônomo e sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos

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