Estamos acompanhando há meses a jornada da Raízen. Uma empresa que cresceu, diversificou… e, como quem vai enchendo demais os cômodos da casa, percebeu que era hora de reorganizar.
A Raízen, que sempre brilhou pela inovação, começou a sentir o peso de ter ido longe demais na expansão. Resultado? Caixa pressionado, dívida subindo e prejuízo que não dava mais pra ignorar.
Mas, como dizia meu avô Anselmo, lá no coreto da praça: “Errar é humano… saber dar ré na hora certa, é pra poucos.”
E foi exatamente isso que começou a acontecer desde novembro, quando Nelson Gomes assumiu o comando da companhia. Sem rodeios: “É hora de focar no essencial, cortar o que não faz mais sentido e voltar às raízes.”
Vieram então movimentos claros: venda de ativos, revisão de portfólio, corte de custos e aquele famoso olhar no caixa — coisa que todo bom empresário entende.
Segundo o Money Times e fatos divulgados ao mercado, a Raízen vendeu mais usinas de geração de energia renovável para o Pátria Investimentos, reforçando sua estratégia de reduzir dívidas e concentrar energia no que sabe fazer melhor. Antes disso, já havia vendido a usina de Leme por R$ 425 milhões. O mercado reagiu rápido: as ações (RAIZ4) subiram mais de 6,5%, liderando as altas do Ibovespa.
O recado é claro: Se não gera valor, sai da carroça. A estratégia é cristalina: vender o que não entrega caixa, fortalecer a musculatura financeira e focar nos negócios robustos — como suas usinas altamente produtivas e sua rede de postos Shell.
Nelson Gomes desenha uma Raízen mais leve, mais forte e muito mais preparada para os desafios do setor de energia. E por que isso importa pra nós, do downstream? Porque quando um gigante ajusta suas velas, todo o setor sente o vento mudar. E quem não lê esse movimento, corre o risco de ficar na contramão da próxima curva.
Reflexão, lá do balcão do armazém: “Quem planta dívida, colhe sufoco. Quem poda na hora certa, colhe fruto doce.”
E, pelo visto, a Raízen voltou pra sua raiz… e tá regando direitinho.
Cá entre nós …dá até vontade de ter uma bandeira Raízen (Shell) ,só pra sentir essa energia, esse foco e essa pegada de quem sabe exatamente pra onde tá indo e ir junto.
Nota: Este texto reflete uma análise de mercado, baseada exclusivamente em informações públicas e de domínio público, sem qualquer vínculo institucional com as empresas mencionadas. Todo conteúdo expressa uma visão opinativa, alinhada à liberdade de expressão e à interpretação de movimentos estratégicos observados no setor de energia.
*Wladimir Eustáquio Costa é CEO da Suporte Postos, especialista em mercados internacionais de combustíveis, conselheiro e interventor nomeado pelo CADE, com foco em governança e estratégia no setor downstream.
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