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Para Copersucar, Brasil pode fabricar mais etanol sem “penalizar” açúcar

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CEO da companhia diz que usinas brasileiras vão fazer investimentos na fabricação de açúcar que serão capazes de atender ao crescimento do consumo global

O aumento da demanda por etanol não representa uma ameaça à oferta de açúcar, na avaliação de Tomás Manzano, o principal executivo da Copersucar. Para ele, as usinas brasileiras deverão fazer investimentos na fabricação de açúcar que serão capazes de atender ao crescimento do consumo global, que é de cerca de 2 milhões de toneladas adicionais por ano.

Ele observa que, desde 2018, há um quadro de aperto entre oferta e demanda de açúcar no mundo, o que vem reduzindo os estoques internacionais da commodity. No intervalo de três anos, a relação entre estoques de passagem e o consumo global, que era de 45%, caiu para 35%. “Os fundamentos são construtivos para o preço”, diz Manzano.

Na avaliação do executivo, o Brasil é o único país que pode aproveitar o cenário de preços elevados do açúcar para investir, acompanhando a evolução da demanda. “O Brasil tem competitividade, escala e produtividade”, argumenta.

Já a Índia deve limitar sua oferta de açúcar para cumprir seu programa de produção de etanol, enquanto a Tailândia, outro produtor relevante, tem “limitação de escala”, opina.

O CEO da Copersucar também demonstra otimismo com a produtividade dos canaviais brasileiros. Ele acredita em crescimento ao longo do tempo, apesar dos extremos climáticos recentes, que fizeram com que esta safra tivesse um extenso período de seca e registrasse a pior temporada de incêndios da história.

“É difícil afirmar que vai piorar. O que aconteceu mobilizou muita gente. Precisamos ter ações para que extremos climáticos sejam minimizados”, defende Manzano.

Melhora na logística

A Copersucar, que no Brasil atua na logística de açúcar e etanol, vê espaço para uma melhora em sua logística de recebimento e de descarga de açúcar no país, afirma Manzano.

No caso da descarga, a Copersucar espera que a conclusão de obras no Porto de Santos – onde a companhia possui o Terminal Açucareiro da Copersucar (TAC) – vão dar eficiência para o recebimento de cargas. O porto está investindo na construção da pera ferroviária, um pátio circular que permite o transbordo de carga sem o desmembramento dos vagões. A expectativa é que isso se resolva no curto prazo.

No caso do recebimento do açúcar de suas usinas associadas, a avaliação de Manzano é que, se houver um aumento da produção de açúcar nos próximos anos, deve ser necessário aumentar a capacidade dos terminas da companhia no interior.

Atualmente, as 38 usinas associadas possuem capacidade interna para armazenar 2,5 milhões de toneladas de açúcar, enquanto a própria Copersucar possui um terminal próprio de transbordo em Ribeirão Preto, outro em São José do Rio Preto e ainda opera outros cinco de terceiros. Nesses terminais, a companhia recebe a commodity das usinas por rodovia e a carrega em trens.

“Nossas usinas processam 110 milhões de toneladas de cana por safra. Se aumentar, podemos ter que aumentar a capacidade dos terminais atuais ou ter um novo terminal”, avaliou. “Mas não estamos olhando isso agora”, acrescenta.

Com informações do Globo Rural/Camila Souza Ramos
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