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Petrobras está em conversas com Raízen, BP e Inpasa para parceria em etanol, dizem fontes
A Petrobras está em negociações com a Raízen e a Inpasa, bem como com a britânica BP, para uma potencial parceria no segmento de etanol, disseram nesta sexta-feira, 22, duas fontes familiarizadas com o assunto à Reuters.
Uma das ideias da Petrobras é buscar a criação de joint ventures, que envolveriam grandes grupos em etanol de cana e de milho, segundo afirmaram executivos da Petrobras nesta sexta-feira, sem citar os nomes das empresas com as quais estão negociando.
A Raízen, joint venture do grupo Cosan com a Shell, é a maior produtora global de etanol de cana, enquanto a Inpasa tem a maior operação de produção de etanol de milho do Brasil.
Já a BP Bioenergy concluiu em outubro a aquisição de 50% da Bunge em uma joint venture que as companhias detinham no setor, colocando a empresa britânica entre as maiores do segmento no país.
A Inpasa não quis comentar o assunto. As outras companhias não comentaram o tema imediatamente.
“Nós estamos conversando com umas quatro, cinco empresas e, por óbvio, nós não podemos antecipar quais são ou qual é o porte do negócio”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, durante teleconferência com analistas. “Temos que fazer alguma coisa grande, compatível com o porte da Petrobras, e estamos conversando com alguns players”, acrescentou a executiva.
Mais cedo, o diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, também havia dito que a empresa está em conversas com grandes produtores de etanol no Brasil e que avalia a criação de joint venture para atuar em parceria no segmento.
“A ideia já é começar grande, não é partir do zero. E a gente está olhando as duas rotas principais, que é a de cana, mas sobretudo a de milho, que vem mais crescendo no país em termos de etanol e tem se mostrado aí uma alternativa muito interessante”, disse o diretor durante coletiva de imprensa sobre o plano de negócios.
Uma das fontes ressaltou que a ideia da Petrobras não é criar uma “Alcoolbras”, mas fazer parcerias, inclusive para fomentar a produção de etanol de milho no Nordeste.
A aposta em etanol é uma das novidades do novo plano de negócios da Petrobras para o período de 2025 a 2029, de US$ 111 bilhões, divulgado na véspera. A Petrobras planeja investimentos de cerca de US$ 2,2 bilhões em um conjunto de destilarias de etanol, marcando sua reentrada no segmento do biocombustível.
“Estamos voltando para o etanol de forma a ser um operador relevante da movimentação de etanol no Brasil”, disse a presidente da Petrobras.
No passado, a Petrobras teve parcerias em etanol com empresas como São Martinho e Tereos, mas vendeu suas participações em governos anteriores, em período em que passou a focar em ativos de grande rentabilidade no pré-sal, abrindo mão de outros setores.
A reentrada em etanol é avaliada em momento em que a gasolina da companhia perde espaço para o biocombustível, seu concorrente direto nas bombas. Tolmasquim destacou ainda que a gasolina vai perder mercado para o etanol ao longo do tempo e que, por isso, a Petrobras precisa entrar “no mercado do produto competidor”.