Home Últimas Notícias “Petrobras tem que deixar de ser apenas de exploração de petróleo”, diz Marina Silva
Últimas Notícias

“Petrobras tem que deixar de ser apenas de exploração de petróleo”, diz Marina Silva

Compartilhar

Em entrevista exclusiva ao G1, ministra analisou desafios da Conferência do Clima em Belém (PA), a negociação com o Congresso sobre os vetos ao PL do Licenciamento Ambiental e a exploração de terras raras e do petróleo na Foz do Amazonas, entre outros temas

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o atual debate sobre a política energética no Brasil aponta que empresas como a Petrobras precisam deixar de ser apenas de exploração de petróleo e investir mais em energia limpa e renovável.

A análise da ministra foi feita enquanto avaliava o atual cenário da matriz energética brasileira e a possibilidade de exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Em entrevista exclusiva ao G1, Marina Silva ainda avaliou perspectivas para a COP30 e a exploração de terras raras, entre outros temas.

Para a ministra, a Licença Ambiental Especial (LAE) – desenhada para viabilizar megaempreendimentos como exploração de petróleo e mineração – não compromete a segurança ambiental, apesar de ambientalistas afirmarem que a LAE vai facilitar que sejam concedidas aprovações para exploração do petróleo na Foz do Amazonas.

Marina Silva defende que os vetos parciais no texto do PL do licenciamento e novas propostas do governo garantirão a avaliação correta dos pedidos. Na visão da ministra, o licenciamento para exploração de petróleo na margem equatorial será técnico e não resultará, por si só, em uma ordem para extração.

“Não é o Ministério do Meio Ambiente que decide se vai ou não vai explorar petróleo. Quem toma essa decisão não é nem o presidente Lula. Quem toma essa decisão é o Conselho Nacional de Política Energética”, afirmou.

A ministra segue: “O debate no Conselho Nacional de Política Energética, no meu entendimento, e tenho certeza que o presidente não discorda, é que empresas como a Petrobras têm que deixar de ser apenas uma empresa de exploração de petróleo e se tornar uma empresa de geração de energia e fazer mais e mais investimento em energia limpa e renovável”.

Contexto da matriz energética

Para Marina Silva, a exploração de petróleo no Brasil, incluindo na Bacia da Foz do Amazonas, deve ser analisada no contexto da matriz energética global e das metas internacionais de descarbonização.

Segundo ela, o que foi acordado é que países ricos liderem a transição para o fim do uso dos combustíveis fósseis, enquanto nações em desenvolvimento, como o Brasil, venham na sequência, mantendo avanços na matriz limpa e atraindo investimentos em energia renovável.

Ainda de acordo com a ministra, o Brasil tem uma matriz energética já considerada limpa – 45% renovável, com 90% da matriz elétrica proveniente de fontes não fósseis –, mas é preciso avaliar o contexto global.

“O que foi acordado é que países ricos vão à frente, países em desenvolvimento vêm em seguida. O Brasil tem dado uma contribuição muito grande na sua matriz energética e está trabalhando muito para contribuir na matriz energética global”, afirmou.

Para ela, a transição para o fim dos combustíveis fósseis precisa ser “justa e planejada”, garantindo indicadores de descomissionamento (desativação controlada) e substituição gradual por alternativas limpas.

A ministra reforçou que, mesmo com a possibilidade de priorização de projetos estratégicos – como prevê a nova licença ambiental especial aprovada pelo Congresso –, o licenciamento seguirá critérios técnicos e poderá negar autorizações se os requisitos ambientais não forem atendidos. “Não é obrigatório dizer sim em 12 meses. O processo é que vai indicar se o empreendimento é viável”, destacou.

G1| Poliana Casemiro

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

STF retoma julgamento sobre benefícios fiscais para defensivos agrícolas

Normas questionadas permitem redução de 60% do ICMS O Supremo Tribunal Federal...

Últimas Notícias

Carf veta uso de despesas administrativas como crédito tributário pela Raízen

O Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) decidiu impedir que a Raízen,...

Últimas NotíciasDestaque

Coruripe reduz moagem e etanol na safra 2025/26, mas eleva EBITDA ajustado

Até setembro, a Coruripe registrou queda de 27,8% no etanol, mas manteve...

Últimas Notícias

Entregas de fertilizantes crescem 11,7% em julho e acumulam alta de 10,7% em 2025

As entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro somaram 5,15 milhões de toneladas...