Os preços do petróleo caíram cerca de 1% nesta sexta-feira, 21, atingindo as mínimas de um mês, com os Estados Unidos pressionando por um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, o que poderia aumentar o fornecimento global de petróleo, enquanto a incerteza sobre as taxas de juros dos EUA reduziu o apetite dos investidores pelo risco.
Os contratos futuros do Brent caíram US$ 0,82, ou 1,3%, para fechar a US$ 62,56 por barril, enquanto o petróleo WTI dos EUA recuou US$ 0,94, ou 1,6%, para fechar a US$ 58,06 por barril.
Ambos os índices de referência do petróleo caíram cerca de 3% na semana e registraram seus valores mais baixos desde 21 de outubro.
O sentimento do mercado se tornou “baixista”, uma vez que Washington pressionou por um plano de paz entre a Ucrânia e a Rússia para pôr fim à guerra de três anos, enquanto as sanções aos produtores de petróleo russos Rosneft e Lukoil estavam programadas para entrar em vigor na sexta-feira.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, alertou na sexta-feira que a Ucrânia corre o risco de perder sua dignidade e liberdade – ou o apoio de Washington – por causa de um plano de paz que endossa as principais demandas russas, uma proposta que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Kiev deveria aceitar em uma semana.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira que as propostas dos EUA para a paz na Ucrânia poderiam ser a base de uma resolução do conflito, mas que se Kiev recusasse o plano, as forças russas avançariam ainda mais.
Um acordo de paz poderia permitir que a Rússia exportasse mais combustível. A Rússia foi o segundo maior produtor de petróleo bruto do mundo, depois dos EUA, em 2024, de acordo com dados dos EUA.
“Com a notícia das negociações chegando justamente no momento em que as sanções dos EUA contra as duas maiores empresas petrolíferas da Rússia devem entrar em vigor, os mercados de petróleo viram algum alívio nos riscos para o fornecimento de petróleo russo”, disse o diretor administrativo do Deutsche Bank, Jim Reid.
No entanto, um acordo de paz pode estar longe de ser alcançado. “Um acordo está longe de ser certo”, disseram os analistas do ANZ em uma nota aos clientes, acrescentando que Kiev tem repetidamente rejeitado as exigências da Rússia, classificando-as como inaceitáveis.
Reuters|Scott DiSavino e Anna Hirtenstein


