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Pindorama inicia moagem de grãos 2025/26 e estima triplicar produção de etanol

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Produção de etanol e WDG ocorre na entressafra da cana-de-açúcar e tem projeção de crescimento até 2026

A Cooperativa Pindorama iniciou a moagem de grãos da safra 2025/26 com a expectativa de produzir 35 milhões de litros de etanol e 40 mil toneladas de grãos úmidos de destilaria (WDG) até junho de 2026. Os números representam um novo marco para a usina flex da cooperativa, considerada a primeira do tipo nas regiões Norte e Nordeste do país.

Na safra passada, a produção de etanol de cereais chegou a 12 milhões de litros, com capacidade diária de 120 mil litros. Já a fabricação de WDG girava em torno de 120 toneladas por dia. Com as melhorias implementadas na planta industrial ao longo de 2024, a capacidade de produção dobrou: são estimados 180 mil litros de etanol por dia e até 200 toneladas diárias do coproduto usado na alimentação animal.

Segundo o gerente industrial da cooperativa, Erikson Viana, a estratégia de operação entre safras de cana tem permitido ganhos significativos de eficiência. “Desde que nossa planta flex entrou em operação, ampliamos o poder de produção e incrementamos tecnologia de automação. Enquanto a usina de cana pausa para o reparo, fabricamos etanol de cereais, o que amplia nossa margem produtiva”, explicou.

A previsão é de processamento de cerca de 80 mil toneladas de milho e sorgo ao longo do ciclo. A moagem de grãos ocorre no período de entressafra da cana-de-açúcar, cuja safra 2025/26 está prevista para começar em setembro. Segundo a cooperativa, a alternância de culturas fortalece a produtividade ao longo de todo o ano e reduz a ociosidade do parque industrial.

Além disso, o uso do WDG como alimento para bovinos, caprinos e ovinos tem ampliado a presença do produto em mercados de Alagoas e de estados vizinhos, reforçando a atuação da cooperativa no segmento agroindustrial integrado.

Importação de grãos

Apesar do avanço da produção local, Alagoas ainda não é autossuficiente no cultivo de milho e sorgo. A maior parte dos grãos processados pela Pindorama continua sendo importada da Bahia, o que eleva os custos logísticos e operacionais.

O presidente da cooperativa, Klécio Santos, reforça que o objetivo é fomentar a produção dos grãos em território alagoano, o que beneficiaria toda a cadeia produtiva. “Tem crescido bastante a nossa recepção de grãos produzidos no estado, mas ainda é muito pouco. Nosso negócio ficaria todo em Alagoas, com o produtor de Alagoas, e a cadeia ficaria fechada dentro do estado”, afirmou.

A planta industrial da Pindorama tem capacidade para processar de 400 a 500 toneladas de grãos por dia. Para alcançar esse volume com produção local, seria necessário ampliar substancialmente o cultivo de milho e sorgo em Alagoas, o que, segundo o presidente, abriria espaço para mais emprego, renda e fortalecimento do agronegócio regional.

Usina de biometano

Além disso, está prevista para dezembro deste ano a conclusão das obras da primeira usina do Norte-Nordeste a produzir biometano a partir da vinhaça oriunda da moagem da cana-de-açúcar. A unidade será construída no distrito de Pindorama, no município de Coruripe, e é fruto de uma parceria entre a Cooperativa Pindorama e a empresa Zeg Biogás.

A expectativa da Pindorama é que a produção anual de biometano corresponda ao volume de 30 mil litros de óleo diesel por dia, ao longo de um ano. A substituição da matriz fóssil pela renovável poderá evitar a emissão de cerca de 20 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera anualmente.

O biogás é gerado pela decomposição da matéria orgânica residual da produção de açúcar e álcool, e pode ser convertido em energia elétrica por meio de motogeradores. Já o biometano – subproduto do processo de purificação – possui as mesmas aplicações do gás natural, podendo ser utilizado em indústrias, frotas de veículos e outros setores.

Jornal Movimento Econômico (AL) | Vanessa Siqueira

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