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Agrícola

Plantio mecanizado manteve avanço em 2023

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Dados de levantamento realizado pela empresa de auditoria Benri, mostra as unidades produtoras de cana tiveram um avanço significativo nos níveis de eficiência avaliados pelo BENRI em comparação à safra anterior

O plantio mecanizado das usinas e produtores de cana-de-açúcar brasileiros segue avançando. Os indicadores agrícolas levantados a partir dos resultados e curva de classificação do Rating Operacional da Benri, que neste levantamento contou com dados de 164 usinas do Centro-Sul do Brasil, mostra isso.

De acordo com a avaliação feita pelo coordenador técnico Agrícola do BENRI, Otávio Tufi e com base nos indicadores agrícolas apresentados na tabela abaixo, observa-se que o ano de 2023 manteve o avanço de 2022 nas áreas de plantio mecanizado tanto no rating B, que é uma média geral do setor em eficiência, como no rating AAA, que são as usinas com excelência operacional.

O interessante é que nas usinas de excelência operacional (Rating AAA), o plantio mecanizado de cana-de-açúcar corresponde a 93,80% do plantio. Nestas unidades, o consumo de mudas, em toneladas por hectare, chega a 11,35 t/ha, uma queda em relação à safra anterior, quando estas unidades gastavam cerca de 11,95 t/ha. Já nas unidades do Rating B, a média do plantio mecanizado chega a 46,90% na safra 2023/24, alta de 1,30%, em relação a safra 2022/23, quando o plantio mecanizado correspondia a 45,60% para este grupo de unidades. O consumo de mudas também é menor, atingindo 14,85 t/ha de média na safra 2023/24, também apresentando uma melhora quando comparado com a safra anterior, quando o número era 15,70 t/ha.

Nas unidades com excelência operacional, o índice de falhas chega a 7,95%, enquanto em unidades de Rating B, as falhas chegam a 17,85% na safra 2023/24.

“O índice médio de consumo de mudas evoluiu, mas não de maneira significativa, devido ao principal fato de o primeiro trimestre do ano ter registrado índices pluviométricos elevados e temperaturas elevadas, fatores que resultaram em um início de plantio tardio. A diminuição do índice de falhas no plantio é um reflexo do avanço do plantio mecanizado e do aumento dos treinamentos realizados para as equipes adquirirem maior conhecimento sobre o uso de novas tecnologias”, explica Tufi.

 

Colheita de cana de tratos culturais

Os ganhos operacionais da colheita mecanizada estão refletindo positivamente no rendimento diário médio das colhedoras, o que impacta diretamente na redução dos custos operacionais. As unidades do Rating AAA estão atingindo 704,60 t colhida/dia, enquanto as do Rating B colhem 690,850 toneladas por dia.

Tais indicadores, segundo Tufi, também sofrem impacto direto da melhora significativa do TCH e pelo incremento de melhorias no layout dos novos canaviais, sendo estes auxiliados pela melhoria e implementação de novas tecnologias no conjunto colhedora/transbordo.

Quanto aos tratos culturais, deu-se continuidade à otimização na área da soqueira fertilizada via vinhaça localizada, dando ênfase ao enriquecimento da fertilidade deste resíduo líquido. Já em relação aos resíduos sólidos (cinza e torta de filtro), observa-se, na safra 2023/24, um aumento da compostagem de ambos e o direcionamento para a utilização deste material no plantio em detrimento da aplicação nas soqueiras.

“As condições climáticas do ano de 2023 impactaram diretamente no aumento da produtividade agrícola, possibilitando moagens recordes em diversas unidades produtoras. Entretanto, como o ganho de produtividade não impacta diretamente na qualidade da matéria-prima, houve uma pequena redução na qualidade da matéria-prima processada pelas indústrias. Há certa preocupação em relação ao TCH da próxima safra, visto as intercorrências climáticas de novembro de 2023 até o momento, além das expectativas da produtividade agrícola preocuparem devido à redução de dias disponíveis para o desenvolvimento dos plantios de 18 meses”, disse Tufi à RPAnews.

Ainda de acordo com ele, ao fazer a avaliação do desempenho no setor agrícola das unidades produtoras do setor, nota-se um avanço significativo nos níveis de eficiência avaliados pelo BENRI em comparação à safra anterior, deixando a expectativa de como este ranqueamento se comportará em relação à próxima safra.

Natália Cherubin para RPAnews
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