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Por que sua estratégia de manejo pode estar falhando contra a cigarrinha da cana?

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Cigarrinha das raízes (Crédito: Natália Cherubin)
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Para evitar grandes prejuízos econômicos e de produtividade, saiba como adotar medidas eficazes para mitigar perdas nos canaviais

A cigarrinha-das-raízes é bastante conhecida pelos produtores de cana-de-açúcar e o seu controle conta com uma série de tecnologias, entre biológicas e químicas. No entanto, uma praga que parecia simples vem se tornando uma grande dor de cabeça, não apenas por causar danos diretos aos canaviais, mas também por ser vetor da escaldadura das folhas, uma doença que pode impactar gravemente a produtividade dos canaviais, o que requer atenção redobrada e um manejo que explore as tecnologias mais modernas do mercado.

A cigarrinha é um inseto sugador e, em sua fase ninfal, se instala no sistema radicular e suga as raízes, processo que vai debilitando o perfilho da planta até a soca, provocando perdas de produtividade que podem chegar até 30%, dependendo da época de corte.

“Algumas variedades com uma alta infestação podem ter um prejuízo de até 50% em TCH. Em termos de valores, podemos calcular com base nos valores  aproximados de R$ 150 reais/tonelada. Tendo como exemplo, um canavial com produtividade estimada média de 100 t/ha que perder 30% do TCH, perderá 30 toneladas. Se multiplicarmos por R$ 150, teria um prejuízo médio de R$ 4500/ha. Em uma área de 50 hectares, teremos um prejuízo que poderia chegar em R$ 225 mil. Além disso, a mesma população que provoca esta perda também infestará a área e certamente, no próximo ciclo, crescerá ainda mais rápido. Essa avaliação do controle e impacto ao longo dos anos e cortes e fundamental para definição da estratégia de controle”, estima Marcos Vilhena, gerente de Marketing Regional da Ihara.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Agronômico (IAC-Apta) mostrou que a bactéria causadora da escaldadura das folhas da cana-de-açúcar, a principal doença bacteriana desta cultura, é transmitida pela cigarrinha-das-raízes.

O inseto vetor carrega a bactéria Xanthomonas albilineans e a transfere para plantas sadias, transmitindo essa doença que não tem controle e, na maioria das vezes, é assintomática, dificultando seu controle. De acordo com a pesquisadora do IAC, Silvana Creste, a bactéria, ao colonizar principalmente os vasos de xilema, dificulta a absorção de água e seiva bruta pela planta. Os danos incluem baixa germinação das gemas, queda na produtividade e no teor de   da cana, além de redução na longevidade dos canaviais.

Os prejuízos dependem da variedade, ciclo da cultura, idade do canavial, condições ambientais, agressividade do isolado da bactéria e da interação entre todos esses fatores. “Em variedades suscetíveis, a doença provoca a morte das gemas/brotos e, consequentemente, da planta”, afirma a pesquisadora do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Além do uso de mudas sadias e desinfecção de instrumentos de corte no plantio e na colheita, o manejo de novas moléculas químicas juntamente com produtos biológicos também são essenciais (Crédito: Ihara)

Atenção a estratégia de manejo

Além do uso de mudas sadias e desinfecção de instrumentos de corte no plantio e na colheita, o manejo de novas moléculas químicas juntamente com produtos biológicos também são essenciais. De acordo com a pesquisadora científica do Centro de Cana do Instituto Agronômico, Leila Luci Dinardo-Miranda, embora os agricultores e usinas tenham adotado diferentes estratégias para o controle da Cigarrinha, incluindo o uso de biológicos, os inseticidas químicos continuam desempenhando um papel crucial no combate à praga.

“O manejo da cigarrinha envolve produtos químicos e biológicos, usados de maneira integrada. Por este motivo, é recomendada a utilização de uma matriz de manejo que considere a suscetibilidade das variedades de cana e o porte da planta no momento do ataque. Produtos com diferentes modos de ação são essenciais para o manejo de resistência. Quando uma dessas moléculas age sobre ovos, pode diminuir a população não apenas para o ciclo atual, mas também para o próximo”, explica a pesquisadora.

De acordo com Vilhena, é preciso estar atento a escolha de soluções com eficácia comprovada. “O uso de inseticidas sistêmicos, como é o caso do Maxsan, que conseguem se translocar por toda a planta, promoverá o excelente controle das ninfas nas raízes e também dos adultos nas folhas e, portanto, evitará danos nas folhas das plantas.

A tecnologia desenvolvida pela Ihara possui modo de ação exclusiva no Brasil, proporcionando o controle total da cigarrinha devido ao seu efeito de choque sobre as ninfas e efeito ovicida. Com um duplo mecanismo de ação, sistêmico e translaminar, essa tecnologia permite uma absorção rápida e eficaz, o que garante um controle efetivo tanto por ingestão quanto por contato, protegendo as plantas.

“Para o manejo químico desta praga em muitas vezes é necessário, em média, duas aplicações. Sendo que a primeira deverá  preferencialmente ocorrer no início da brotação das canas no início das chuvas, com ainda baixa população da praga através do monitoramento – considerando até 2 ninfas por metro linear – e, de preferência, com um produto que combine dois mecanismos de ação diferentes e bom controle de todas as fases da praga, como é o caso do Maxsan”, destaca Vilhena.

A aplicação deverá ser feita em Drench ou Jato dirigido afim de que o produto atinja adequadamente o alvo. A segunda aplicação deve ser realizada entre 60 e 90 dias após a primeira, a depender a evolução populacional, que deve ser acompanhada através de monitoramento. “A segunda aplicação terá a cana bem mais alta, impedindo a aplicação em jato dirigido, assim o produto deverá ter permissão para aplicação aérea. Hoje, a IHARA possui uma tecnologia para essa modalidade, que é o Terminus.” adiciona o gerente de Marketing Regional da Ihara.

Canas colhidas no período seco do ano, chegarão ao período chuvoso ainda pequenas e, portanto, com maior sensibilidade ao ataque das cigarrinhas, por esta razão, as variedades que possuem maior índice de produção de palha, serão as mais vulneráveis e o nível de controle deve ser reduzido.

“O Maxsan se destaca por seu desempenho e capacidade de integrar-se a um programa de rotação de inseticidas, contribuindo para um combate efetivo à Cigarrinha-das-raízes, essencial para a saúde do canavial. Seu diferencial em controlar todas as fases da cigarrinha, proporciona redução efetiva do nível populacional, não só para a safra do momento da aplicação, mas também com reflexo no nível populacional dos cortes seguintes. Sua aplicação pode ser realizada, de preferência, direcionando o jato para ambos os lados da linha de plantio, de forma a distribuir 70% na base das folhas e 30% no solo, maximizando a proteção da lavoura”, salienta Vilhena.

O especialista da Ihara destaca ainda o uso do controle biológico como importante ferramenta que pode e deve ser integrada ao sistema de controle. “Principalmente na segunda aplicação com baixas populações, o controle biológico pode contribuir bastante. No entanto, a primeira aplicação deve ser feita com inseticidas químicos que sejam seletivos, eficazes, controlem todas as fases do desenvolvimento do inseto e que entreguem efeito de choque e residual é muito importante para evitar perdas no canavial”, finaliza.

“Com a confirmação de que o problema da escaldadura das folhas pode ser transmitido pela cigarrinha, o controle dessa praga se mostrou ainda mais importante do que a gente considerava no passado. Ela já era muito relevante, mas agora isso se tornou ainda mais relevante. Vamos ter que considerar isso na estimativa de danos econômicos e teremos que pensar tanto no controle químico quanto biológico para resolver esse problema”, conclui Leila.

Natália Cherubin para RPAnews

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