Os preços do açúcar caíram de forma acentuada nesta quarta-feira (1º), com o contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 recuando 0,47 centavo de dólar, ou 2,8%, para 16,13 centavos de dólar por libra-peso. Já o açúcar branco, no contrato mais ativo em Londres, teve queda de 3,3%, negociado a US$ 452,80 por tonelada, atingindo o menor nível em uma semana.
A desvalorização reflete principalmente a expectativa de aumento na produção da Tailândia, terceiro maior produtor e segundo maior exportador mundial de açúcar. A Thai Sugar Miller Corp projetou na quarta-feira que a safra 2025/26 do país deve crescer 5% em relação ao ciclo anterior, alcançando 10,5 milhões de toneladas. A perspectiva de maior oferta global pressiona os preços internacionais da commodity.
Na véspera, no entanto, o mercado havia mostrado recuperação. O açúcar em Nova York chegou ao maior nível em um mês e meio no contrato mais próximo (V25), enquanto o açúcar de Londres alcançou a máxima em uma semana e meia. O avanço foi impulsionado por sinais de demanda mais forte, após o Paquistão realizar pedidos de 320 mil toneladas de açúcar para entrega imediata.
Apesar da alta pontual, os preços vêm de uma tendência de baixa que já dura sete meses. Na terça-feira da semana passada, o açúcar de Nova York registrou a menor cotação em quatro anos e um quarto, e o de Londres, a mínima em quatro anos. A pressão vem das projeções de excesso de oferta. A consultoria StoneX estimou um superávit global de 2,8 milhões de toneladas para a safra 2025/26, revertendo o déficit de 4,7 milhões de toneladas previsto para o ciclo 2024/25.
No Brasil, a maior produção também contribui para o viés de baixa. Em 17 de setembro, a Unica informou que, na segunda quinzena de agosto, a produção de açúcar no Centro-Sul subiu 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 3,872 milhões de toneladas. A proporção de cana destinada à fabricação de açúcar também aumentou, passando de 48,78% para 54,20%. Ainda assim, a produção acumulada da safra 2025/26 até agosto registra queda de 1,9% em relação ao ano anterior, somando 26,758 milhões de toneladas.