Os preços do milho seguem em trajetória de alta no mercado brasileiro, impulsionados por uma combinação de fatores ligados à oferta e à demanda, segundo levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Na última semana, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas – SP) fechou acima dos R$ 76/saca de 60 kg, patamar que não era alcançado desde abril de 2023.
De acordo com pesquisadores do Cepea, os atrasos na colheita da safra verão e na semeadura da segunda safra, especialmente no Centro-Oeste, têm mantido vendedores retraídos, à espera de novas valorizações no mercado. Além disso, a prioridade atual dos agentes tem sido a colheita e a entrega de lotes de soja, o que coloca as vendas de milho em segundo plano. Os custos elevados de fretes também contribuem para dificultar as negociações no mercado spot.
A demanda, por sua vez, permanece aquecida. Consumidores mostram interesse em adquirir novos lotes para recompor os estoques, mas enfrentam obstáculos diante dos preços mais altos pedidos pelos vendedores. Na semana anterior, encerrada em 3 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa já havia registrado avanço, aproximando-se dos R$ 75/saca, reflexo da retração dos vendedores devido ao foco nos trabalhos de campo e do esforço dos compradores em garantir estoques.
Segundo o Cepea, as condições de oferta e demanda indicam que os preços podem permanecer em alta enquanto persistirem os atrasos na safra e os custos logísticos elevados.