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Preços do açúcar caem com dólar forte, mas Brasil segue exportando em ritmo recorde

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Os preços do açúcar fecharam em baixa nesta segunda-feira, influenciados pela força do dólar. O contrato de açúcar bruto com vencimento em outubro recuou 0,08 centavo de dólar, ou 0,5%, para 16,40 centavos de dólar por libra-peso. Em Londres, não houve negociações de açúcar branco devido ao feriado bancário no Reino Unido.

De acordo com a Covrig Analytics, as usinas brasileiras seguem priorizando o açúcar em detrimento do etanol, destinando maior volume de cana para essa produção. A expectativa é que essa tendência se mantenha nos picos da colheita, favorecida por safras mais secas, que incentivam a fabricação de açúcar.

Para Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting, o Brasil continua abastecendo o mercado internacional em ritmo elevado: foram 34 milhões de toneladas exportadas nos últimos 12 meses e 10,7 milhões de toneladas apenas nos quatro primeiros meses desta safra. Segundo ele, os compradores não demonstram preocupação com falta de produto, já que as consultorias projetam uma produção de 40,3 milhões de toneladas no Centro-Sul, o que reduz a pressa na reposição de estoques.

Esse comportamento também se reflete no mercado futuro. Apesar da recompra de mais de 35 mil lotes pelos fundos na semana passada, a reação foi limitada a 85 pontos. Um trader experiente atribuiu o movimento ao fato de diversas usinas, que haviam rolado fixações de julho para outubro, terem aproveitado o momento para encerrar posições antigas.

Corrêa observa ainda que o comportamento dos fundos permanece errático: compram em uma semana, vendem na seguinte e logo voltam a recomprar. Dados da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) mostram que, entre 12 e 19 de agosto, os fundos aumentaram em 15.630 lotes sua posição líquida vendida, que agora soma 130.987 lotes.

No campo fundamental, o foco segue no ATR e no mix entre açúcar e etanol. Há estimativas de que apenas em março de 2026 sejam moídas entre 12 e 14 milhões de toneladas de cana, com maior destinação ao etanol, diante da expectativa de preços mais atrativos do combustível na entressafra. Ainda assim, o mercado trabalha com projeções consideradas otimistas: moagem total de 595 milhões de toneladas, ATR final de 134,50 kg/t e mix de 51,3% para açúcar, resultando em 39 milhões de toneladas. Setembro poderá trazer ajustes mais próximos da realidade.

Em paralelo, a demanda global dá sinais de aquecimento. Segundo análise da Barchart, as importações de açúcar da China em julho cresceram 76%, alcançando 740 mil toneladas, enquanto o Paquistão abriu recentemente licitação para 200 mil toneladas de açúcar refinado.

Natália Cherubin com informações da Barchart

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