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Produtores de cana da PB estão preocupados com baixo preço pago pela matéria-prima

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“Todo mundo que planta cana sabe que a cultura tem altos e baixos, afinal, são 500 anos de história no Nordeste brasileiro, mas esse ano está difícil”, afirma o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais.

De acordo com ele, o preço bruto da tonelada de cana comercializada na quarta semana de setembro é R$ 150,82, um valor menor 5,17% em relação ao mês de agosto. O valor por quilo do açúcar total recuperável (ATR) bruto está em R$ 1,2674.“Já superamos muitas dificuldades e essa não será a única, nem a última. Cana está ruim por questões mundiais, não por causa de problemas com a cultura”, afirma Morais, que segue: “Esse tarifaço dos Estados Unidos atingiu a cota americana no Nordeste e isso prejudicou toda a cadeia produtiva, mas estamos confiantes de que essa fase vai passar”.

A atual situação, segundo ele, compromete a sustentabilidade da atividade, principalmente dos pequenos e médios produtores que são maioria na Paraíba. O valor não é considerado suficiente para cobrir os custos de produção, que seguem em alta devido ao aumento nos preços de insumos, combustíveis e mão de obra.

“O momento não é bom, mas haveremos de superar essa crise que seria maior aqui se não estivesse chovendo. Estamos tentando junto ao Governo Federal uma ajuda a título de equalização para todos os produtores canavieiros do Nordeste, no valor de R$ 12,00 por tonelada, para equilibrar a perca da cota americana”, afirma o dirigente canavieiro.A cultura canavieira, segundo Morais, continuará viva.

“Na atual conjuntura, o produtor precisa buscar diminuir custos e procurar tecnologias mais baratas para não perder produtividade, buscando alternativas para se manter de pé”, reforça, lembrando que há uma perspectiva de melhora em novembro em função do término da safra de São Paulo, que se mostra menor que a esperada.

“Estamos acreditando que a partir de novembro essa realidade melhore. Como o mercado é oferta e procura, com essa safra menor no Sudeste e uma menor oferta de açúcar no mercado de lá, o preço tende a subir aqui”, disse o presidente da Asplan.

Morais ainda lembra que como a cultura canavieira é a mais expressiva do Nordeste e, também, da Paraíba, a retração no setor tem impactos diretos na economia da região.“A cana-de-açúcar é uma das principais atividades agrícolas do Nordeste, responsável por movimentar a economia regional e a que mais emprega trabalhadores no campo e nas indústrias de transformação, por isso, qualquer impacto negativo no setor resvala em toda a economia local”, destaca.

Ele ainda reitera que a valorização da tonelada é essencial para garantir a continuidade da produção e a manutenção de milhares de empregos no interior nordestino. “O governo federal precisa ter esse olhar mais amplo e nos ajudar com essa equalização porque essa ajuda é positiva para todo mundo”, finaliza.

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