Conecte-se conosco
 

Últimas Notícias

Quebras de safra intensificam o interesse público pela irrigação

Publicado

em

Estados brasileiros vem buscando planos para ampliar áreas agrícolas irrigadas, afim de amenizar os impactos na produção

Nos últimos anos, a instabilidade climática vem mostrando que mais do que nunca é preciso dar atenção a gestão dos recursos hídricos. O setor sucroenergético, por exemplo, foi bastante afetado com a questão da seca nas últimas safras, o que impactou fortemente a produtividade dos canaviais.

Três estados brasileiros já despertaram para a importância desse tema. Representantes dos governos do Paraná, São Paulo e mais recentemente de Mato Grosso, colocaram entre as prioridades em suas agendas soluções para reduzir os impactos do clima em suas lavouras. Entre as ferramentas escolhidas por eles, destacam-se as tecnologias de irrigação.

Em São Paulo, as fortes estiagens nos últimos anos têm castigado a classe produtora, acarretando prejuízos bilionários a toda a cadeia. Para tentar minimizar esses impactos e ampliar a área irrigada, o Governo do Estado, representado pelo Secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, tem se movimentado para desenvolver um plano de irrigação. O projeto é ambicioso e tem a meta de aumentar em mais de 2 milhões de hectares de terras agrícolas irrigadas. Atualmente a irrigação cobre apenas 6% da área de plantio e, para 2030, a meta é atingir 15%.

O Estado do Mato Grosso, que detém o título de maior potencial de crescimento na agricultura irrigada do Brasil, enfatizou a importância de desenvolver práticas sustentáveis que abordem os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Atualmente, apenas 178 mil hectares por lá são irrigados, em comparação com os 8,2 milhões de hectares em todo o país. No entanto, um estudo recente revelou que MT poderia expandir sua área irrigada para até 3,9 milhões de hectares, representando um salto significativo no desenvolvimento.

O Estado do Paraná, além de produção de cana-de-açúcar, produz soja, milho e é referência no cultivo de cevada, feijão, mandioca, erva-mate, triticale e centeio. No entanto, apesar de seu vasto potencial, com quase 15 milhões de hectares de terras agrícolas, menos de 2% da área agricultável é atualmente irrigada.

De acordo com Eduardo Navarro, Presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Irrigação (CSEI) e vice-presidente na Lindsay Corporation, com esse interesse por parte das autoridades dos três importantes estados, todos nessa cadeia só têm a ganhar.

“A busca por mais informações pela irrigação cresceu principalmente pelas quebras de produtividade que estão ocorrendo. A utilização de pivôs é uma excelente saída para que tenham a proteção da sua produtividade, como se fosse, de fato, um seguro”, disse. “Nós da CSEI e também a Rede Nacional da Agricultura Irrigada (Renai) temos nos dedicado para ajudar nesse sentido”, complementou.

Apoio da indústria

Além da CSEI do Renai, as empresas do setor também se empenham nessa jornada. Uma delas é a Lindsay, que tem apoiado os governos a desenvolver políticas, planos de ações, para que as regiões tenham, de fato, um incremento de agricultura irrigada mais rápido. “Com as reuniões e visitas até em nossa sede em Nebraska, nos Estados Unidos, região que é pioneira em irrigação, nosso objetivo é ajudar a desburocratizar a atividade, auxiliando na solução dos gargalos”, destacou Navarro.

Entre as barreiras que limitam a expansão dessa tecnologia, principalmente por pivôs, está, por exemplo, a disponibilidade de energia elétrica, algo que os governos têm o papel fundamental atuando juntamente com as companhias de energia elétrica. “Esse empenho conjunto, ajudará a melhorar a infraestrutura, para que de fato os produtores consigam implementar e utilizar os equipamentos”, pontuou o executivo.

Outro assunto relevante nessa pauta são as outorgas e licenças ambientais, que muitas vezes demoram muito tempo para liberação. “Desburocratização da irrigação e suas outorgas, é um tema importante. Esse processo precisa ser sim muito sério e criterioso, mas ao mesmo tempo, é necessário ser mais ágil e claro para os produtores”, reforçou Navarro.

Conversas continuam

De acordo vice-presidente da Lindsay, os primeiros passos desta importante jornada foram dados e as conversas alinhadas com as indústrias com os representantes dos estados nesses encontros continuam. “Nós como indústria estamos fazendo o nosso papel, doamos equipamentos para escolas técnicas do Paraná e São Paulo com o objetivo de formar profissionais especializados em irrigação para suportar o crescimento dos próximos anos. Além disso, seguimos à disposição para ajudar nessa espécie de mentoria e assim fomentar cada vez mais esse importante tema”, disse.

O presidente da CSEI reforçou ainda a importância de ampliar esse tema para demais regiões. Segundo ele, quebras de safras geram um impacto muito grande ao produtor e também para a economia local e nacional, por isso é preciso buscar alternativas. “Começamos esse movimento e quanto maior for a quantidade de governadores com o tema irrigação em suas agendas, melhor será, ampliando isso para o âmbito federal. Assim como já ocorre nos EUA, essa aproximação público-privada, ajudará também o Brasil a reduzir os efeitos climáticos e a irrigação é fundamental nisso, aumentando a produtividade de forma sustentável”, finaliza o executivo.

Cadastre-se e receba nossa newsletter
Continue Reading