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Raízen avalia trazer sócio para etanol de segunda geração e vender Oxxo
Fatia em negócios de E2G atraiu atenção de fundos; participação no varejista Grupo Nós não é o foco principal
A Raízen cogita a venda de uma participação em suas usinas de etanol de segunda geração (E2G) para levantar dinheiro para investimentos e ajudar seu principal acionista a reduzir a alavancagem, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
A Raízen, uma joint venture de capital aberto entre o conglomerado brasileiro Cosan e a gigante petrolífera Shell, também está considerando a possibilidade de vender sua participação na operadora brasileira de lojas de conveniência Oxxo, disseram as pessoas.
A rede não é o foco principal dos negócios da empresa, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas. Até o momento, nenhuma decisão foi tomada e as negociações podem não terminar em um acordo, disseram as pessoas. A Raízen preferiu não comentar.
Para o negócio de E2G, a Raízen estuda uma parceria em uma nova unidade de negócios que reuniria todos os ativos relacionados, incluindo duas fábricas que já estão em operação. O novo sócio se juntaria à Raízen em uma joint venture injetando capital na nova unidade. A Raízen seria então capaz de eliminar os investimentos recorrentes que já comprometeu com os lucros.
A participação no negócio do etanol foi oferecida a fundos de investimento, disseram as pessoas. O biocombustível E2G é produzido a partir de matéria seca vegetal, também conhecida como biomassa lignocelulósica. A tecnologia proprietária da Raízen utiliza resíduos de cana-de-açúcar para aumentar a produção de etanol em 50%. A empresa possui cerca de € 4,3 bilhões (US$ 4,48 bilhões) em vendas já contratadas, segundo apresentação no site da Raízen.
Já a operadora brasileira da Oxxo é o Grupo Nós, uma parceria entre a Raízen e a mexicana Fomento Económico Mexicano, que opera a marca de lojas de conveniência em toda a América Latina. Os varejistas no Brasil têm lutado contra a concorrência on-line e as altas taxas de juros, o que poderia dificultar a venda da participação.
A Cosan, um império de açúcar e etanol que se expandiu para tudo, desde a produção de lubrificantes e distribuição de gasolina até o transporte ferroviário e o fornecimento doméstico de gás natural, viu as ações despencarem para o nível mais baixo desde o início de 2019.
A alavancagem subiu após uma decisão de 2022 de tomar dívidas para comprar participação minoritária na produtora de minério de ferro Vale, investimento que proporcionou retornos considerados “medíocres” pelo BTG Pactual.
A Cosan disse aos investidores que todas as opções estão em jogo para melhorar o seu balanço, incluindo a venda de parte ou da totalidade da sua participação de 4,1% na Vale, informou a Bloomberg em setembro, citando pessoas familiarizadas com o assunto. A empresa também ponderou a venda de ativos de distribuição da Raízen na Argentina. Nenhuma decisão foi tomada.