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Raízen começa a alongar dívida com recompra e emissão de títulos

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Companhia antecipa compra de US$ 342 milhões em notas com vencimento em 2027 e deverá emitir novos títulos com vencimento para 12 anos ou mais

A Raízen começou a dar os primeiros passos no esforço para reduzir o endividamento de R$ 38,59 bilhões registrado ao final de 2024.

O processo passa, inicialmente, pelo alongamento de parte da dívida do braço de combustíveis, com a recompra de títulos emitidos com vencimento em 2027, somando um total de US$ 342,01 milhões, ou cerca de R$ 1,95 bilhão pelo câmbio atual. Em contrapartida, irá emitir novos títulos com prazo de 12 anos ou mais.

Para cada US$ 1.000 de valor nominal, a companhia pagará US$ 1.003,75. Para isso, terá de levantar ao menos US$ 343,3 milhões na recompra, considerando o “prêmio”. A operação terminará na próxima segunda-feira, 24 de fevereiro, às 17 horas de Nova York, caso não seja prorrogada pela Raízen Fuels.

Segundo informações do Broadcast, a companhia deve captar entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões na emissão de novos títulos seniores de dívida de longo prazo. Antes mesmo da confirmação do anúncio, a Fitch Ratings atribuiu o rating BBB à proposta da companhia.

“Os recursos da oferta serão destinados a repagar algumas dívidas, incluindo a recompra de parte das notas seniores com vencimento em 2027, bem como para finalidades gerais da companhia”, informou a agência de classificação de risco, em nota

Atualmente, a Fitch classifica a Raízen com os ratings de inadimplência do emissor de longo prazo em moedas estrangeira e local BBB e com o rating nacional de longo prazo AAA, todos com perspectiva estável.

“O rating reflete as fortes posições de mercado da Raízen, maior empresa do setor sucroenergético e segunda maior distribuidora de combustíveis do Brasil, a importância da empresa para seus controladores e sua forte flexibilidade financeira, incluindo geração relevante de Ebitda, posição de caixa e acesso a linhas de crédito no exterior”, resume.

No comunicado, a Fitch projeta que a Raízen gere aproximadamente R$ 11,4 bilhões de Ebitda e um fluxo de caixa operacional de R$ 2,8 bilhões no ano fiscal de 2025, a ser encerrado em março. Para 2026, o Ebitda projetado é de R$ 13,5 bilhões e o fluxo de caixa operacional deve avançar para R$ 10,7 bilhões.

“A Raízen deve recuperar sua margem de Ebitda em torno de 6% no ano fiscal de 2026, após a queda para abaixo de 5% no ano fiscal de 2025, com a empresa focando em projetos mais rentáveis e iniciativas de corte de custos”, destacou a agência de risco.

A Fitch projeta índices de alavancagem líquida ao redor de 3 vezes para o ano fiscal de 2025 e de 2,4 vezes no ano fiscal de 2026. “O retorno para a média histórica abaixo de 2 vezes é improvável na falta de eventos extraordinários, como a venda de ativos e capitalização”, completou.

No início do mês, o conselho de administração da Raízen aprovou por unanimidade, e sem restrições, a busca de financiamentos ou refinanciamentos de até R$ 2,4 bilhões em dívidas com garantia da companhia e/ou de sua subsidiária Raízen Energia.

Na segunda-feira, 17, em conferência sobre o balanço do terceiro trimestre do ano-safra 2024/25, executivos da Raízen anunciaram um novo ciclo para a companhia, focado no congelamento de investimentos previstos para o etanol de segunda geração (E2G), na revisão do portfólio de ativos com desinvestimentos e na suspensão do pagamento de dividendos para acionistas.

A empresa encerrou o período, em 31 de dezembro de 2024, com prejuízo líquido de R$ 2,57 bilhões, ante lucro de R$ 793 milhões no mesmo período de 2023/24. A receita líquida foi de R$ 66,87 bilhões, alta de R$ 14,3%, e dívida líquida da empresa, de R$ 38,59 bilhões, cresceu 22,5% em um ano, com a alavancagem saindo de 1,9 vez para 3 vezes.

O CFO e diretor de relações com investidores da Raízen, Rafael Bergman, deu detalhes sobre o rearranjo financeiro e operacional da empresa, a começar pelo prosseguimento da venda de ativos. “Temos bons ativos no portfólio e vamos buscar um bom valor para eles em 2025 e 2026, que será no início da jornada”, disse.

Segundo Bergman, dos investimentos previstos em E2G, de 20 unidades produtoras de etanol celulósico até 2030, apenas quatro novas plantas estão garantidas. Duas estão em processo de comissionamento – em Barra Bonita (SP) e Valparaíso (SP) – e devem entrar em operação em breve.

Outras duas, em Morro Agudo (SP) e Andradina (SP), estão em processo de construção em diferentes estágios, devendo consumir R$ 1,6 bilhão em capex. De acordo com Bergman, elas seguem como uma oportunidade importante e são ativos que vão gerar caixa.

“A gente reconhece que não é o momento de iniciar novos projetos. É o momento de digerir o portfólio e tomar decisões de desinvestimentos de ativos”, disse o CFO e diretor de relações com investidores da Raízen. “É um ciclo que não comporta dividendos e outras formas de distribuição para acionistas”, completou.

Com informações da AgFeed / Gustavo Porto
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